Matemáticas decoloniais: um ecossistema digital para o ensino de matemática a partir de situações didáticas na perspectiva decolonial
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Resumo
Esta dissertação tem como objetivo desenvolver um ecossistema digital que potencialize o ensino de matemática na perspectiva decolonial, por meio de situações didáticas. Para tanto, foi elaborada uma sequência didática, a partir de uma óptica decolonial, e aplicada mediante oficinas pedagógicas com sete docentes do ensino fundamental (anos iniciais e finais) de uma escola pública. Os resultados da aplicação foram analisados a partir do funcionamento do ecossistema digital desenvolvido. Ao passo que a pesquisa se desenvolvia, o processo de formação do ecossistema digital direcionou para os fatores abióticos: GeoGebra, YouTube, Whatsapp, Blogger, Instagram, Spotify, Canva e Google Forms, que interagem com os fatores bióticos: docentes, conteúdos e pesquisadora. Trata-se de uma pesquisa de natureza aplicada, do tipo descritiva e abordagem qualitativa. Gerou como produtos: um livro digital dinâmico, as oficinas pedagógicas e o ecossistema digital. A metodologia utilizada foi a Engenharia Didática, de Michèle Artigue, sendo desenvolvida nas suas quatro fases: análises preliminares, concepção e análise a priori, experimentação, e análise a posteriori e validação. A construção das situações didáticas se guiou pela Teoria das Situações Didáticas, de Guy Brousseau, foi desenvolvida na plataforma GeoGebra e contemplou o conteúdo de simetrias, no contexto da perspectiva decolonial da etnomatemática, com uma abordagem da Geometria Sona de Angola. No geral, o estudo concluiu que a sequência didática foi amplamente bem-sucedida em alcançar seus objetivos. Apesar de algumas dificuldades encontradas durante a fase de experimentação, o uso de um ecossistema digital facilitou a aplicação das atividades, acomodando diferentes restrições de tempo e espaço. Com isso, a abordagem permitiu que os professores se engajassem ativamente com o material, explorassem conhecimentos prévios, desenvolvessem estratégias e refletissem sobre suas práticas de ensino. A análise dos dados obtidos na experimentação também permitiu concluir que há dificuldades em vários aspectos, desafios práticos para uma implementação e o predomínio do desconhecimento da temática. Ainda, os docentes participantes da pesquisa consideraram a proposta relevante, engajadora e alinhada às necessidades atuais do ensino de matemática. Portanto, os resultados indicam que o impacto do ecossistema digital desenvolvido oferece um caminho promissor para abordar a decolonialidade no currículo de matemática na escola básica, promovendo uma educação mais justa, inclusiva e culturalmente relevante, que potencializa a valorização de saberes não hegemônicos e contribui para uma educação decolonial e antirracista.