Refletir sobre as questões referentes ao campo educacional é uma tarefa difícil, na qual devem-se quebrar paradigmas, transpondo o espaço da escola para além da sala de aula, não se restringindo mais aos processos de ensino-aprendizagem no interior das unidades escolares formais, procurando alternativas que incorporem oportunidades mais efetivas de mudanças, de transformação social, de esperanças que venham para o benefício da população. Nesse sentido, o diálogo entre educação e desenvolvimento humano torna-se necessário e promissor. Se o limite para o sonho presente é não ter limite, deve-se aprender constantemente a aprender, a fim de acompanhar a voragem pós-moderna sem ser superado por ela. Será indispensável, mais que nunca, incentivar e provocar no homem estímulo à renovação constante e acelerada, à participação, à mudança social, à solidariedade, sem a perda do equilíbrio, da razão e da sua essência humana. Será, portanto, na relação educação-comunidade-gestão-desenvolvimento que se irá abastecer para enfrentar os desafios atuais e futuros. Assim, neste trabalho busca-se analisar como a educação não-formal, representada pelas práticas socioeducativas e culturais nas escolas do Beco da Cultura, no Nordeste de Amaralina, no contexto da cidade de Salvador, está contribuindo para dotar a população de um maior desenvolvimento humano. Na execução deste trabalho foi tomado como enfoque metodológico o estudo de caso, típico ou representativo, uma análise qualitativa. Como técnicas de coletas de dados foram utilizados documentos censitários, estatísticos oficiais e bibliográficos de diferentes fontes e acervos sobre o tema, além da observação direta, do diário de campo, da entrevista semi-estruturada, do grupo focal e da conversa informal. Mediante dados analisados, verificou-se ser possível conjugar os objetivos da educação representadas pelas práticas sócio-educativas e culturais num espaço institucional, a escola, transformando-a em um novo modelo, mais próximo da realidade dos atores que dela fazem parte, alargando o horizonte das suas escolhas, ampliando suas oportunidades e capacidades, promovendo o enriquecimento das vidas humanas. Ao estarem no turno oposto ao da escola participando das práticas, os educandos acreditam na capacidade da instituição social em alterar o curso de suas vidas, afastando-os da ociosidade, da convivência com a marginalidade, da exposição à violência, dos graves problemas sociais que afligem a comunidade