A presente pesquisa teve como propósito analisar os impactos psicológicos do racismo e destacar a importância das práticas antirracistas nas escolas de Guanambi – BA, no contexto do Ensino Fundamental I. A metodologia adotada neste estudo foi a pesquisa-ação Barbier (2004), que pressupõe o planejamento colaborativo com os coletivos e sujeitos envolvidos em todas as etapas da pesquisa. As observações foram complementadas por entrevistas, oficinas com as crianças e os adultos envolvidos, além do diário de itinerância da pesquisadora. Para a análise dos dados, foi utilizada a análise de conteúdo de Bardin (1977). Nesta etapa de avaliação, constatou-se que a questão racial impacta psicologicamente tanto as crianças quanto a própria comunidade escolar. Neste trabalho, considerou-se comunidade escolar todas as pessoas que atuam diretamente com a criança, incluindo familiares, gestores, professores, profissionais do apoio e o colegiado escolar. Ou seja, todos que fazem parte desse ambiente compartilham a responsabilidade pelo bem-estar e desenvolvimento da criança. Ademais, foi percebido que, embora as crianças possuam autoestima, os mecanismos do racismo as atingem de forma objetiva, levando-as a reconhecer desde cedo os impactos psicológicos dessa violência. Por outro lado, foi observado o quanto os professores com letramento racial que desenvolvem trabalhos e ações antirracistas fazem a diferença no cotidiano escolar, realizando trabalhos valorosos. Com foco nesse tema, foi elaborado um Produto Técnico e Processo Educacional (PTPE) intitulado “Fayola e Dayo: Negritude enquanto potência”. Trata-se de um livro infantojuvenil que foi cuidadosamente organizado, destacando as conquistas dos povos negros nas artes, esportes, ciências e na vida acadêmica, entre outros campos. O objetivo do PTPE foi valorizar a memória ancestral como um símbolo de resistência e reafirmar nossas existências e realizações.