A mobilidade cotidiana é um tema muito recorrente dentro da perspectiva de espaços urbanos, esse ir-e-vir das pessoas nas cidades, nas capitais e nas grandes metrópoles se reflete em estratégias, lugaridades e no habitar dos sujeitos. No entanto, a mesma intensidade de pesquisas não se observa na ocorrência desse fenômeno em espaços rurais, onde são compreendidos, em muitos casos, relacionandose apenas ao êxodo rural. Mas, afinal o cotidiano dos moradores de comunidades rurais também é marcado por uma trajetória de intensa mobilidade, de problemas existenciais e com um pequeno, porém muito relevante diferencial, na forma como estabelecem as suas relações pessoas e locais. Neste sentido este artigo busca pelo caminho fenomenológico ancorado pela geografia humanista compreender o sentido de casa e rua a partir da mobilidade cotidiana e dos modos de vida de Caatinga do Moura (BA). Nosso objetivo é apresentar como a mobilidade e os modos de vida são vividos existencialmente por pessoas em sua cotidianidade, circunscrevendo como acontecem as relações, os deslocamentos entre os diferentes lugares e territorialidades, ou seja, relacionado a esse movimento do ir-e-vir das pessoas em casa, na rua, na roça, na estrada, em que se faça refletir a sua essência de sereestar-no-mundo da ruralidade. Através do trabalho de campo apresentamos que a mobilidade longe de estar relacionada apenas ao movimento de casa-trabalho ou às migrações, é um modo de habitar o mundo rural, de se reconhecer no território, de estabelecer laços sociais e culturais e de construir a própria identidade.