Movimentos de humanização na formação profissional em um Curso de Medicina
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Resumo
Esta pesquisa se insere no campo de formação do profissional de saúde e versa sobre movimentos de humanização na formação profissional em um curso de Medicina. A humanização na formação do profissional médico tem sido tema crescente de pesquisas, inclusive pelo humanismo estar preconizado nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Medicina. O objetivo geral desta pesquisa foi compreender os sentidos que os professores do componente curricular Humanismo, Epistemologia, Psicologia e Ética Médica do curso de Medicina elaboram para a humanização como fundamento formativo. Para tanto, trouxe três questões de pesquisa: Como os docentes participantes da pesquisa concebem o profissional de medicina humanista? Quais intencionalidades se manifestam na prática pedagógica dos docentes do componente Humanismo, Epistemologia, Psicologia e Ética Médica na formação dos profissionais de medicina? Como percebem o papel do docente e sua colaboração para a formação profissional de médicos humanistas? O referencial teórico desta pesquisa contemplou reflexões sobre a saúde como campo de forças na concepção de Ser Humano na contemporaneidade, sobre o humanismo na formação do profissional médico e valores e atitudes requeridos para a formação médica, com base em autores como Tim Ingold (2019), Hans Jonas (2006), Manen (1998), Byung-Chul Han (2017), Soares, Fornari e Machado (2017), Trillo (2000), Pozo e Crespo (2009) e Rios (2009). Como caminho metodológico, este estudo envolveu uma pesquisa do tipo descritiva e exploratória, com uma abordagem qualitativa de análise. Para a produção dos dados, foram utilizadas a análise documental e a entrevista semiestruturada, constituída com temas abertos aplicados a sete professores do componente curricular de Humanismo, do curso de Medicina de uma IES privada da cidade de Salvador, Bahia. Através desse estudo, pude considerar que o longo caminho percorrido na formação do profissional médico se faz pela construção de conhecimentos compartilhados nas relações pedagógicas, em que os professores, suas motivações e subjetividades determinam sua potência para mudar valores e atitudes na formação do profissional médico. Os professores sempre podem criar movimentos capazes de envolver e apresentar novas formas de caminhar, sendo importante perceber que as intenções iniciais do estudante de Medicina não sejam sufocadas por uma prática com ênfase na doença. É necessário e possível desenvolver uma formação através de atos pedagógicos que envolvam empatia, respeito e solidariedade. Só é possível construir a humanização da relação médico-paciente começando pela humanização na relação professor-estudante. Professores compreendem o sentido dos movimentos de humanização e percebem como a inserção do humanismo na formação médica é importante, mas estamos, enquanto área de saúde, apenas no início da inserção do humanismo na formação. A formação representa a esperança de potencializar os anseios de todos quanto à formação de um profissional humanizado e, portanto, quanto à produção de saúde com atenção e gestão humanizadas.