Este estudo tem como objetivo analisar as experiências e estratégias de homens e mulheres escravizados na busca pela alforria no sertão baiano, precisamente em Riachão do Jacuípe nas últimas décadas do escravismo no Brasil (1851-1888). Para tanto, utilizamos uma documentação pertinente ainda pouco estudada pelos historiadores da região: Livros de notas, Recenseamento de 1872, Inventários post mortem, Auto de Contrato de Serviço e Ação de Arbitramento. Essa documentação possibilitou conhecer a dinâmica da escravidão em Riachão e as perspectivas de liberdade vislumbradas pelos cativos. Desse modo, foi possível descortinar as experiências de homens e mulheres no cotidiano do cativeiro e os mecanismos acionados na conquista da alforria. Diante das evidencias contidas nas fontes procuramos investigar as experiências das mulheres na luta pela liberdade, e conseguimos visualizar projetos em prol da alforria e os obstáculos por elas enfrentados. Percebemos que a legislação de 1871 foi significativa para os cativos, retirou o direito exclusivo do senhor na concessão da alforria, legalizando uma série de direitos aos cativos, incluindo o direito de recorrer à justiça para lutar pela carta de liberdade. Portanto, esta pesquisa mostra que homens e mulheres escravizados foram agentes históricos na busca pela liberdade do cativeiro.