As discussões acerca da ética vêm ocupando cada vez mais espaço em diferentes áreas do conhecimento revelando a grande importância dessa temática nos dias atuais. Esta pesquisa, de natureza qualitativa, teve como principal objetivo conhecer as representações de formadores de professores sobre ética no contexto das suas práticas educativas. O estudo, que adotou a abordagem das Representações Sociais, utilizou a entrevista semi-estruturada como forma de coleta dos dados, os quais foram tratados conforme a análise de conteúdo do tipo temática (BARDIN, 2000). Participaram deste estudo cinco professores de um curso de Pedagogia de uma universidade pública do Estado da Bahia. A análise dos dados permitiu evidenciar que os participantes valorizam a ética no discurso, mas têm dificuldades em desenvolver ambientes ricos em oportunidade de crescimento e formação ética; defendem ser importante a competência emocional e relacional, mas demonstram dificuldade em tratar coletivamente os conflitos que emergem na sala de aula. Nesse sentido, diversos aspectos, apontam para uma prática centrada na moral, ou seja, na apreensão de atitudes e valores por osmose, por obediência, ou mediante a transmissão de conteúdos. Assim, a análise parece apontar para a predominância de uma concepção de formação de atitudes e valores intelectualista, academicista, priorizando o conhecimento do conteúdo e subestimando a reflexão e a vivencia de situações que propiciem a formação ética na sala de aula. Considerando que as Representações Sociais, que se concretizam nos discursos e nas condutas, têm como função primeira orientar as práticas dos membros do grupo referente ao objeto da representação, a análise dos dados parece mostrar que os participantes do estudo, não possuem uma representação social (compartilhada) sobre ética, pois os aspectos dos discursos que dela se aproximam não parecem orientar as práticas docentes.