Este trabalho analisa o viés racial nas ações de segurança pública na Bahia, através das operações policiais em áreas periféricas de Salvador, em que pessoas negras são tratadas como suspeitas e alvos de abordagens letais. Tendo como pano de fundo a Chacina do Cabula, a pesquisa discute como o modelo de segurança pública estadual reforça a marginalização racial e contribui para o genocídio da população negra. Os objetivos específicos incluem: discutir os conceitos de necropolítica e racismo em sua aplicabilidade na segurança pública; analisar a configuração do genocídio em intervenções estatais; e identificar como políticas de segurança pública reforçam a exclusão de pessoas negras. Utilizando a abordagem qualitativa e método indutivo e bibliográfico, o estudo analisa dados sobre jovens negros mortos em ações policiais e evidencia as práticas racistas. A análise revela que o critério racial é determinante nas intervenções, refletindo a aplicação da necropolítica no âmbito da segurança pública. Esse padrão revela a marginalização sistemática e violenta direcionada à população negra. A Chacina do Cabula é apresentada como um marco do genocídio racial em Salvador, destacando como a segurança pública, ao invés de proteger, opera como um mecanismo de controle e extermínio.