ILÉ ÈKÓ TI IMÒ: aprendizagem e preservação da língua iorubá no terreiro ILÊ AXÉ ALÁ KIRIJ
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Resumo
Esta pesquisa trata do processo de difusão de saberes e aprendizagens constituídas no espaço do Terreiro de Candomblé, uma religião de matriz africana, cujos ensinamentos e práticas religiosas resultam de um contexto histórico oriundo de diversos grupos étnicos e suas heranças linguísticas, sendo estes trazidos de África a partir do processo operativo escravocrata. A partir desse panorama, a pesquisa tem como cerne a investigação acerca das formas de aprendizagem e preservação da língua iorubá em um Terreiro de Candomblé, o qual tem seus princípios ritualísticos pautados na “nação” Ketu. Então, a questão da pesquisa indagou: Como ocorre o processo de ensino e aprendizagem do iorubá e suas práticas educativas no cotidiano do Terreiro de Candomblé Ilê Axé Alá Kirij? Diante dessa inquietação traçou-se como objetivo geral analisar o processo de aprendizagem do iorubá entre membros do Terreiro de Candomblé Ilê Axé Alá Kirij. Visando reflexionar sobre o universo do Candomblé a pesquisa se embasou principalmente nos estudos de autores que dialogam acerca do tema como: Caputo (2012), Castro (2005; 2011), Carneiro (1948), Kileuy; Oxaguiã (2009), Lima (1976), Lody (1987), Mattoso (1992), Munanga (2004), Oliveira (2011), Parés (2018), Prandi (2003; 2005), Pinto (2013), Reis (2016), Rodrigues (2010) Rufino (2019), Santos (2010), Santana (2021), Sodré (2019), Silveira (2006), dentre outros. Enquanto trajetória metodológica elegeu-se a pesquisa qualitativa por contemplar um percurso subjetivo, não havendo a necessidade de quantificar dados, trazendo o viés interdisciplinar da História Cultural em associação com a História Oral, além da etnografia, ao ligar diretamente o pesquisador com o objeto pesquisado. Para isso, foi utilizado como técnicas e instrumentos de pesquisa a observação participante e coleta de depoimentos orais a partir das entrevistas semiestruturadas, realizadas com membros do Ilê Axé Alá Kirij, dos mais velhos aos mais novos em idade de santo, a partir da participação efetiva e relação com o iorubá no espaço do Terreiro observado. A investigação constatou que a aprendizagem da língua iorubá é um elemento essencial para cultuar os orixás na referida comunidade religiosa, as quais ocorrem a partir de uma dinâmica diversificada, em atividades cotidianas próprias de ritos e rituais, onde os vários momentos vividos no Terreiro são aproveitados para aprender o idioma constituindo-se em uma forma de preservar a cultura religiosa herdada dos nossos ancestrais. Por fim, possibilitar o entendimento de que os Terreiros compõem-se em espaços de ensino não formal, que se difere da educação formal que ainda faz uso de currículos partindo de uma perspectiva eurocêntrica é reconhecer que o Terreiro de Candomblé é local que propicia a agregação de conhecimentos, valores como humildade, respeito e fé, sendo base para difusão e perpetuação da língua iorubá enquanto herança ancestral.