Embates históricos e ficcionais: a (re)construção literária da história em O retrato do rei, de Ana Miranda
Data
Orientador
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Resumo
O presente trabalho tem como objetivo geral compreender o processo de (re) construção literária da História na narrativa ficcional. Parte da noção de que a compreensão do processo de (re) construção literária da História é de grande relevância no atual estágio da literatura brasileira e suas relações dialógicas com a História. Compreende que os discursos literários e históricos precisam ser estudados dentro da perspectiva da pós-modernidade e, consequentemente, dos conceitos e abordagens propostas pela nova história cultural. Para chegar à compreensão desse processo de reconstrução literária da História, uma narrativa ficcional é analisada considerando os elementos que constituem o que se chama de novo romance histórico: O Retrato do Rei, de Ana Miranda, que é analisado em duas características que o constitui como ficção historiográfica, a saber: enquanto narrativa ficcional que simula uma situação de realidade, tendo como realidade simulada a Guerra dos Emboabas no início do século XVIII, que transformou portugueses e paulistas em inimigos, lutando pela posse das Minas Gerais e o direito de governar as terras e o ouro; e através dos recursos literários que mudam o discurso "oficial", ou seja, os recursos metadiscursivos, responsáveis por colocar, ou não, em dúvida versões "consagradas e oficiais" dos fatos narrados, além de levantar questionamentos dos quais as versões "autorizadas" não contemplam. A pesquisa se baseia na bibliografia que trata do dialogismo entre Literatura e História e das teorias que fundamentam o novo romance histórico, os conceitos de pós-modernidade e as abordagens da nova história cultural. As principais discussões que fundamentam este trabalho estão em: Santos (1996), Leenhardt e Pesavento (1998), Jameson (1985), Hunt (2003), White (2001).