A presente dissertação teve por objetivo analisar como os professores da Educação de Jovens e Adultos (EJA) desenvolviam suas práticas pedagógicas na perspectiva da implementação da Lei nº 10.639/03, e a partir disso propor e desenvolver ciclos formativos sobre as questões étnico-raciais. Esta pesquisa teve como lócus de estudo a Escola Municipal Dario Galvão de Queiroz, localizada no município de Valença – Bahia, tendo por colaboradores professores que ensinam na EJA, no turno noturno. Trata-se de uma pesquisa aplicada. Para o desenvolvimento da investigação, optamos pela abordagem qualitativa a partir de um estudo de caso com um viés colaborativo e utilizamos como instrumentos de coleta de dados e informações a análise documental, observações, questionários e os ciclos formativos. Constatamos que não havia a institucionalização das questões étnico-raciais no Projeto Político Pedagógico da escola, assim como um projeto pedagógico sobre a temática em análise. Os sujeitos colaboradores, ao serem sensibilizados a colaborar, transformaram a proposta inicial desta pesquisa em objetivo comum, o que possibilitou a produção de saberes e intervenção da realidade. A pesquisa revelou que existem ações pedagógicas pontuais sobre as questões raciais que são realizadas, geralmente, no mês de novembro, o que nos levou a compreender que as práticas pedagógicas desenvolvidas não possibilitavam a implementação da Lei n°10.639/03, haja vista o caráter pontual com que os diálogos sobre as questões antirracistas eram abordados na instituição. Concluímos que os professores da EJA a partir dos ciclos formativos demonstraram interesse na implementação da Lei nº 10.639/2003 no cotidiano escolar, por meio de práticas pedagógicas que contemplem as questões étnico-raciais na perspectiva de educação inclusiva da diversidade.