Educação, saúde e memória: narrativas e saberes das parteiras tradicionais no território do Cabula
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Resumo
Este trabalho tem como objetivo principal analisar como o saber de Parteiras Tradicionais pode contribuir para a formação de enfermeiras, discutindo a importância da Educação em Saúde e das ações extensionistas nesse processo. A tese se vincula teoricamente à discussão sobre colonialidade do saber e seus efeitos no cuidado em saúde, sobretudo na construção do modelo de assistência ao parto hegemônico no Brasil, e teve como pressuposto as discussões que apontaram que a institucionalização e a medicalização do parto representada pelo desenvolvimento da biomedicina transformou o processo paturitivo em um procedimento médico, de consumo de tecnologias e intervenções, inscrevendo-o numa linha de produção masculina, desenvolvendo e reproduzindo assimetrias e desigualdades de gênero. Em termos metodológicos, o trabalho se pautou em pesquisa bibliográfica, análise documental (projetos pedagógicos, ementas dos componentes curriculares, projetos de extensão, programas e planos de saúde federais, estaduais e municipais), análise de dados socioeconômicos e indicadores epidemiológicos e em entrevistas-narrativas construídas com mulheres mais velhas do bairro do Cabula em Salvador para resgatar as memórias que elas guardam das Parteiras Tradicionais que atuaram naquele território. Considerando esse corpus, a tese sustenta que, através de mudanças na formação dos/as profissionais de saúde, é possível contribuir para a transformação do modelo de assistência à saúde e seus determinantes sociais. Concluí, assim, que o saber das Parteiras Tradicionais constitui um conhecimento valioso que deve ser reconhecido e valorizado na formação das profissionais de saúde.