Esta pesquisa propõe uma análise crítica da contracultura brasileira nas décadas de 1970 e 1980 a partir da obra Confetes, da autora baiana Iracema Villalba. O estudo investiga como literatura, feminismo, juventude e o movimento do desbunde se articulam como formas de resistência subjetiva e política diante do autoritarismo da Ditadura Militar. A partir de uma abordagem interdisciplinar entre história cultural, estudos de gênero e análise literária, busca-se compreender como a narrativa de Confetes expressa uma vivência contracultural situada em Salvador, marcada por experimentações estéticas, liberdade sexual, uso de drogas e crítica às normas sociais. Além do romance, a pesquisa também se apoia na revista Metanóia, fonte alternativa da época, e em referenciais teóricos que discutem a juventude, a marginalidade, o tropicalismo e a estética da curtição. Ao destacar Iracema Villalba como uma voz relevante no cenário da literatura alternativa baiana, o trabalho contribui para o preenchimento de lacunas historiográficas sobre a contracultura no Brasil fora do eixo Rio-São Paulo.