A representação da mulher mulata na obra literária “Gabriela, cravo e canela” de Jorge Amado.
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Resumo
Este trabalho é resultado de análise bibliográfica da obra “Gabriela, cravo e canela”, de autoria do escritor baiano Jorge Amado, que revela apropriação da cultura negra ao apresentar ao leitor enredo que traz personagens transgressoras, como Gabriela, Malvina e Sinhazinha contradizendo todos os princípios da época em que a trama se passa. A despeito da existência de mais de uma personagem com essa característica, esta análise tem como foco principal a protagonista Gabriela. Para tanto, foi feito um breve panorama sobre a literatura afro-brasileira e sua importância que, apesar de sua literariedade, ainda sofre marginalização, tal qual as mulheres que viviam na época do conservadorismo e tradicionalismo. Mulheres negras lutaram para conseguirem um lugar por direito na sociedade, viviam em um tempo conservador, sendo obrigadas a seguirem regras impulsionadas pelo pai ou marido, sem ter voz para opinar e reagir contra o machismo e preconceito que lhes eram impostos. Com isso, a mulher negra lutou para ocupar seu espaço através de movimentos que abriram novos caminhos para o reconhecimento de sua identidade. O negro foi ocultado, vivendo como objeto e não como sujeito, mas a literatura afro-brasileira é caracterizada pela sua temática principal, ou seja, pelo negro como sujeito de sua própria história. Como referencial teórico, foram importantes considerações como as de Amado (1959/2008); Algranti (1993); Bernd (1988); Del Priori (2003); Freyre (1900), Hall (2009/2011); Munanga (1998); Ribeiro (1995), Patrício (1999) e outros que contribuíram para a realização desta pesquisa.