Trabalho da equipe de saúde da família no manejo da amamentação: limites e potencialidades
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Resumo
Introdução: embora a amamentação apresente inúmeros benefícios para bebê e mãe, os indicadores de prevalência de amamentação exclusiva ainda estão distantes da meta da Organização Mundial de Saúde para 2030, sendo os profissionais da equipe de saúde da família reconhecidos como atores fundamentais para apoio, promoção e incentivo à amamentação. Objetivo geral: compreender os limites e potencialidades do trabalho da equipe da estratégia de saúde da família em relação ao manejo da amamentação. Objetivos específicos: investigar a formação profissional e os elementos que influenciam no trabalho da equipe de Saúde da Família em relação ao manejo da amamentação; analisar a percepção de profissionais da equipe de Saúde da Família sobre fatores que influenciam a amamentação; e compreender a relação entre o trabalho da equipe de Saúde da Família e a linha de cuidado materno-infantil no fortalecimento da amamentação. Método: trata-se de uma pesquisa exploratória, de natureza descritiva, e com abordagem qualitativa, que foi realizada a partir de entrevistas orientadas por instrumento semi estruturado, com profissionais que compõem a equipe da estratégia de saúde da família: enfermeiros, médicos, odontólogos e Agentes Comunitário de Saúde, de seis unidades de Saúde da Família de um município do interior da Bahia. A coleta de dados foi realizada no período de março a agosto de 2023, em ambiente virtual da plataforma Microsoft Teams. Ao fim, 14 entrevistas fizeram parte do corpus deste estudo. Os dados foram organizados conforme a técnica de análise de conteúdo temática. Resultados: para os profissionais enfermeiros e médicos, a formação possibilitou maior amplitude na construção de conhecimento e aproximação da teoria e prática, enquanto que para os odontólogos, reverberou em uma aprendizagem pouco abrangente, com conhecimentos superficiais. Os ACS consideraram seu processo formativo deficitário. Sobre as potencialidades do trabalho da eSF, a promoção da saúde e o apoio, são consideradas estratégias mais eficazes para incentivar a amamentação durante o cuidado no pré-natal e puerpério, para tanto, utilizam-se da educação em saúde. As eSF compreendem a importância do seu trabalho para o fortalecimento da linha de cuidado materno-infantil, especialmente em prol da amamentação, e reconhecem que o pré-natal integrado, qualificado e articulado com outros pontos da Rede são fundamentais para maior adesão ao serviço e para que as mulheres sintam segurança e confiança nas orientações e cuidados prestados, de modo que reconhecem como elemento potencializador do trabalho da eSF a existência de uma Rede Municipal de cuidado materno e infantil que visa facilitar a comunicação entre os profissionais de saúde e orientar os encaminhamentos aos serviços desta linha de cuidado. Quanto aos limites, apontam a sobrecarga de trabalho, bem como influência por vezes negativa da rede de apoio. Conclusão: os resultados têm possibilidade de dar visibilidade ao trabalho da equipe de Saúde da Família tanto no meio científico quanto na sociedade, desvelando que apesar de existirem limites, as potencialidades podem superar os desafios em prol da amamentação. Sugere-se novas proposições de incorporação efetiva da temática da amamentação no ensino dos profissionais de saúde, bem como no processo de formação do Agente Comunitários de Saúde.