“Eu nasci assim": perfis de Gabriela – romance, cinema, cancioneiro
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Resumo
Personagem presente no imaginário brasileiro por concretizar alguns traços da identidade nacional (mestiçagem, beleza, sensualidade, caráter dócil, ânsia por liberdade, alegria), Gabriela, protagonista do romance amadiano “Gabriela, cravo, canela”, lançado em 1958, ensejou a adaptação dessa obra para o cinema, no longametragem “Gabriela”, dirigido por Bruno Barreto em 1983, com trilha sonora de Tom Jobim. Comparando o perfil da personagem nas três diferentes obras, é possível verificar que, embora haja inúmeros traços comuns, advindos do romance, cada linguagem artística irá compor sua Gabriela a partir de seus recursos próprios: a literatura, com a descrição feita pelo narrador ou por personagens, inclusive a própria protagonista; o cinema, pela lente da câmera que, às vezes, substituirá a voz do narrador, outras, o olhar das personagens masculinas; as canções, sobretudo pela fala de um eu-poético masculino, identificado com a personagem literária e cinematográfica Nacib. Além disso, podemos afirmar que cada adaptação atualizou, em seu tempo e por seu instrumental, a obra amadiana, atingindo públicos diferenciados. Na trilha sonora, destaca-se a apropriação, por Jobim, de verso do tema de abertura da telenovela “Gabriela” (1975), como forma de homenagem ao compositor Dorival Caymmi.