Este trabalho analisa a trajetória da Companhia de Teatro e Movimento Artístico de Teixeira de Freitas (TEMAT), grupo fundado em 1990 e atuante há mais de três décadas no Extremo Sul da Bahia. A pesquisa tem como objetivo compreender o papel da companhia como espaço de resistência, formação cultural e transformação social, evidenciando sua contribuição para a preservação da memória e da identidade regional. Para tanto, foram utilizadas fontes bibliográficas, documentais e entrevistas semiestruturadas com os membros fundadores do grupo, analisadas à luz das concepções teóricas de Paulo Freire, Augusto Boal e Jacques Le Goff. Os resultados apontam que a Cia TEMAT se consolidou como importante agente cultural e educativo, capaz de articular práticas artísticas e comunitárias em um contexto marcado pela escassez de políticas públicas e infraestrutura cultural. A atuação da companhia, desenvolvida em espaços alternativos como praças, escolas e igrejas, demonstra que o teatro no interior baiano transcende a dimensão estética e assume um caráter político, pedagógico e social. O estudo reafirma o teatro como ferramenta de resistência, valorização da cultura popular e fortalecimento da memória coletiva, revelando que, mesmo em meio às adversidades, a arte continua sendo um poderoso instrumento de emancipação e pertencimento comunitário.