A Segunda Guerra Mundial é um dos eventos históricos mais estudados no mundo, não faltam recortes para se debruçar sobre esse evento que é tido como um divisor de águas do século XX cujas consequências geraram outros desdobramentos dentro da esfera política mundial. Emergiu como um dos maiores conflitos do século passado, deixando para trás um rastro de aproximadamente de 85 milhões de mortos no velho continente, e refugiados no Brasil e no resto do mundo. Hoje ainda muito se discute sobre as complexidades que culminaram na aliança de grandes potências, assim como na Primeira Guerra Mundial. Houve um aumento expressivo dos estudos acerca da Segunda Guerra durante os últimos dez anos, especialmente sobre a atuação do Brasil na Itália com a Força Expedicionária Brasileira (FEB), consequência do crescente interesse dos estudiosos em relação a participação brasileira na guerra. Longe de ser algo de fácil compreensão, a Segunda Guerra, assim como outros conflitos que envolvem tomadas de decisões estratégicas e relações diplomáticas, demandou muitas negociações. Há uma diferença na natureza dos dois grandes primeiros conflitos mundiais do século XX. Enquanto a Primeira Guerra tinha como objetivo a redistribuição do mundo pelas potências imperialistas, a segunda tinha objetivos para além de anseios territoriais. Um deles era a recuperação da economia mundial que fora abalada após a crise de 1929, assim, o mercado armamentista e de guerra se deu como salvação econômica, sendo uma das principais questões da Segunda Guerra, a “anexação de um motor artificial à máquina capitalista enguiçada, que se transformará, doravante, numa peça essencial para o funcionamento da economia capitalista mundial”. 1 Não por coincidência, é durante a guerra que o Exército Brasileiro começa a se estruturar, com acordos comerciais de armamento firmado com empresas alemãs e posteriormente com os Estados Unidos.