Vestígios no tempo: escravidão e liberdade em Conceição do Coité (1869-1888)
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Resumo
Este estudo procura analisar as experiências de escravos presentes em documentos cartoriais do século XIX, mais precisamente nas últimas décadas do sistema escravista (1869-1888). O palco de escravos como Joana, Anacleto, Martinha, Miguel e outros citados ao longo deste trabalho é localizado no Sertão Baiano, numa cidade caracterizada no período estudado, pela pequena propriedade e uma economia voltada para a subsistência, ou seja, Conceição do Coité. É nesse contexto, que os cativos conviviam com a escravidão diária e consequente expectativa de separação dos seus próximos, principalmente dos membros da família através das negociações de seus senhores. Todavia, esses mesmos cativos também sonhavam com a liberdade e, para alcançá-la utilizavam estratégias de submissão, conquistando a alforria, seja gratuita, quando a obediência era uma das formas utilizadas, ou ainda sob condição. Outra forma de chegar à liberdade era também negociando e comprando-a com suas economias diárias, chamadas de pecúlio. Para realizar esta investida foram pesquisados documentos cartoriais, como as escrituras de compras e vendas, as cartas de liberdade e as procurações. A partir do diálogo com estas fontes, foi possível perceber que os cativos de Conceição do Coité utilizaram-se de estratégias para sobreviver num sistema marcado pela dominação senhorial e a possibilidade de conquistar a liberdade tanto particular como de sua família formada dentro do cativeiro.