Esta dissertação, intitulada Entre( )linhas: representações sociais de leitura na formação do sujeito-leitor, tem com o objetivo de investigar como essas representações se relacionam com a construção do sujeito-leitor. O problema de pesquisa buscou responder o quê as representações sociais sobre leitura de estudantes universitários do sétimo semestre do curso de psicologia da UNEB revelam sobre a formação do sujeito-leitor no contexto universitário. Para alcançar o objetivo geral, este trabalho se propõe a apreender as representações sociais sobre a leitura de estudantes universitários, com o intuito de desvelar as práticas que constituem o saber-fazer da leitura, e como essas se relacionam com a formação do sujeito-leitor. A pesquisa está dividida em cinco diálogos. O Diálogo I explora a jornada de leitura e a construção coletiva de sentidos, contextualizando a pesquisa e seus objetivos. O Diálogo II analisa as práticas de leitura como uma construção cultural e social, abordando teorias que relacionam leitura e luta de classe. O Diálogo III apresenta as representações sociais como uma chave para entender a formação do sujeito-leitor no contexto educacional. O Diálogo IV detalha os processos metodológicos da pesquisa, focando na análise das falas dos participantes. Por fim, o Diálogo V aprofunda as análises. Com uma abordagem qualitativa e recorrendo a Análise do Discurso materialista, a colheita ocorreu em três momentos distintos: O primeiro momento, intitulado "registro afetivo", foi realizado por meio de questionário. O segundo momento, denominado "entre a fala e o silêncio", foi conduzido por meio de entrevistas semiestruturadas. O terceiro momento, intitulado "encontro com o outro", fez uso da roda dialógica. Esses três dispositivos possibilitaram uma apreensão aprofundada das experiências e significados atribuídos à leitura pelos participantes. A análise se estruturou em quatro: (1) Diálogo dos Sujeitos, que sintetiza as falas dos participantes; (2) Diálogo das Falas, explorando o conteúdo discursivo e suas influências sociais; (3) Diálogo Teórico, relacionando os dados coletados às bases teóricas da pesquisa; e (4) Diálogo da Pesquisadora, refletindo sobre interpretações. Os gestos de resultados evidenciam que a leitura ultrapassa sua função informativa, assumindo um papel central na constituição do sujeito-leitor. Conclui-se que as representações e práticas de leitura são fortemente condicionadas por influências sócio-históricas e permeadas por relações de poder, transformando a leitura em uma prática de resistência crítica e construção de sentido.