O uso do pronome ele como objeto direto no semiárido baiano: um estudo numa perspectiva variacionista.
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Resumo
Este trabalho investigou o uso do pronome lexical ele(a) na função de objeto direto no dialeto do português popular brasileiro do semiárido baiano. Seu objetivo foi analisar tal fenômeno nas construções encontradas no corpus da Coleção amostras da língua falada no semiárido baiano (ALMEIDA; CARNEIRO, 2008). Para isso, analisaram-se 16 inquéritos dentre quatro comunidades de fala presentes na coleção. Os suportes teóricos apresentados evidenciam os princípios da gramática tradicional, a qual denomina e constitui normas linguísticas para o uso da língua, de acordo com o pensamento de Neves (2002). Além disso, apresentam-se concepções da Linguística, segundo os estudos de Saussure (1997) e, assim, as influências para o nascimento da Sociolinguística. Esta pesquisa dialoga ainda com as ideias apontadas no estudo de Silva (2004) sobre os aspectos condicionadores do surgimento do pronome ele(a) como objeto direto, a partir dos procedimentos de análise da Sociolinguística em caráter tanto quantitativo como qualitativo, levando em consideração variáveis linguísticas e variáveis extralinguísticas, notando-se, a partir da análise dos dados, que o pronome lexical é escolhido para ocupar a função de objeto direto em estruturas sintáticas da frase que apresentem, a seguinte forma: verbo transitivo direto + OD (sintagma nominal) ou em outro período a depender do antecedente, e, preferencialmente, por verbos no pretérito perfeito do modo indicativo. O uso do pronome ele (a) é também encontrado em maior probabilidade em construções de falantes com faixas etárias entre 17 e 41 anos com certo nível de escolaridade (fundamental I) e, mesmo com uma diferença mínima em relação ao sexo feminino, o resultado dessa pesquisa apontou o uso do pronome lexical para falantes do sexo masculino.