Efeitos da suplementação de ácido alfa lipoico no tratamento da neuropatia diabética: uma revisão integrativa
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Introdução: A neuropatia diabética é uma complicação comum e debilitante do diabetes mellitus, caracterizada por danos progressivos nos nervos periféricos. O ácido alfa lipoico (ALA), um antioxidante endógeno, tem sido investigado como potencial adjuvante no tratamento da neuropatia, especialmente por sua possível atuação na redução do estresse oxidativo, um dos principais mecanismos fisiopatológicos da doença. Objetivos: Analisar os efeitos da suplementação de ácido alfa lipoico no tratamento da neuropatia diabética em indivíduos com diabetes, investigando seus possíveis benefícios na redução dos sintomas, impacto na qualidade de vida, dosagens utilizadas nos estudos e sua relação com a eficácia terapêutica, além de verificar a segurança e os efeitos adversos associados à intervenção. Métodos: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, que incluiu sete estudos clínicos publicados entre 2006 e 2021, conduzida com base na questão norteadora: “A suplementação de ácido alfa lipoico é eficaz no tratamento da neuropatia em indivíduos com diabetes mellitus?”. A busca foi realizada nas bases Embase, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), Publisher Medline (PubMed), Scopus e Web of Science, com uso de descritores padronizados em português e inglês, combinados por operadores booleanos. A seleção seguiu os critérios do anagrama PICOs, contemplando adultos e idosos com neuropatia diabética que utilizaram ALA como intervenção terapêutica. Resultados: Ao total, foram incluídos 7 estudos nessa revisão, cujas amostras apresentaram variações de 20 a 460 participantes, com diferentes doses de ALA (600 a 1.800 mg/dia) e tempo de tratamento entre cinco semanas e quatro anos. Os resultados sugerem que a suplementação pode estar associada à redução de sintomas neurossensoriais, como dor e queimação, à melhora de escores clínicos que avaliam a gravidade e a progressão da neuropatia periférica, e, em alguns casos, à melhora de parâmetros eletrofisiológicos e da percepção vibratória. No entanto, os achados foram heterogêneos, e alguns estudos não observaram melhora significativa em determinados desfechos. Também foram relatados efeitos adversos nos grupos que utilizaram ALA em alguns estudos. Considerações finais: A revisão indicou que, dos sete estudos analisados, todos relataram algum resultado positivo relacionado à suplementação de ácido alfa lipoico na neuropatia diabética, especialmente quanto ao alívio de sintomas e possíveis melhorias em parâmetros neurológicos. Contudo, permanecem lacunas quanto à padronização de dose e tempo de tratamento, além da necessidade de avaliar a segurança da intervenção. Esses aspectos evidenciam a importância de novos estudos, com maior rigor metodológico, para confirmar a eficácia e segurança do ALA.