Fontes históricas na construção de identidades negras no contexto do semiárido

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Data
2024-05-21
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UNEB
Resumo

O presente trabalho procura contribuir com o debate sobre como o uso de fontes históricas podem auxiliar na problematização da identidade negra e afrodescendente. Entendemos que, ao trabalhar na sala de aula as fontes documentais, como as cartas de alforria, considerações sobre o processo da escravização no Brasil são colocadas em evidência, e a necessidade de representação e reconhecimento dentro da dialética que envolve o tema escravização, liberdade e identidade também. Desta forma, a pesquisa tem o objetivo de analisar como o conteúdo de fontes históricas documentais cartas de alforria podem auxiliar no ensino de História e na problematização da formação das identidades negra e afrodescendente no Semiárido Brasileiro. O uso de fontes documentais na sala de aula é uma tentativa de aproximar o saber histórico escolar da produção historiográfica e na efetivação dessas reflexões os sujeitos que dão vida a essa investigação são alunos do 2° ano do ensino médio do Colégio do Estado da Bahia Dona Guiomar Barreto Meira da Cidade de Juazeiro-BA. A pesquisa se configura enquanto estudo de caso do tipo etnográfico com pesquisa-ação. Considerando os objetivos específicos, estão sendo utilizados como instrumento de coleta de dados: fontes documentais, entrevista semiestruturada com os professores, questionário e oficinas temáticas com os alunos; todas essas ações serão submetidas ao processo de triangulação. O exercício dessas atividades permite problematizar que quando confrontados com essas fontes históricas, os alunos vivenciam redes de conexões com a sua história, da sua região e com a historiografia nacional, permitindo assim um despertar da memória da história local que se entrelaça com questões sociais, políticas, econômicas e de luta de grupos pela valorização e respeito a sua tradição e história. Além de questionar as relações típicas de uma sociedade hierárquica baseada em preconceitos que tipificam os negros em posturas e ações estereotipadas. As cartas de alforria, quando levadas para a sala de aula, deixam de ser apenas dispositivos legais de liberdade, pois dão vozes a sujeitos esquecidos nas dimensões identitárias e suscitam elementos culturais oriundos das relações estabelecidas por descendentes desses grupos na região estudada.


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