Memória e narrativa de Coqueiros: uma comunidade rural no limiar da identidade quilombola.
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Resumo
O presente trabalho consiste na observação e análise teórica acerca do processo de construção da identidade e reconhecimento dos quilombolas pertencentes à comunidade de Coqueiros, situada no município de Mirangaba – BA. Por meio da verificação das suas crenças, dos seus valores e práticas culturais e da averiguação acerca das experiências e memórias compartilhadas pelos habitantes da comunidade, buscamos demonstrar a recente emergência e projeção de um grupo que historicamente teve sua autonomia cultural negada, estigmatizada e marcada pela diferença hierárquica imposta aos negros brasileiros. A realização desta atividade teve como suporte tanto documentos escritos quantos as fontes orais, sendo fundamental para esta atividade a apreciação de dados da associação local e de periódicos regionais, além das visitas a Coqueiros para observação e identificação das práticas e representações culturais e registro das memórias e tradições da comunidade. Utilizamos ainda, as imagens reproduzidas nas fotografias e vídeos amadores sobre as festas dos Santos Reis, empregamos, do mesmo modo, alguns artigos constitucionais, decretos e leis sancionadas em âmbito nacional e estadual. Com base nisso, concluímos que em Coqueiros, o limiar da identidade quilombola, comporta a proeminência de uma rede imagético-discursiva que realça o orgulho e a auto-estima dos seus habitantes e o ideal de pertencimento à comunidade, fundamentando assim, a representação das suas tradições e práticas, as quais dão significado à memória, à cultura local e à identidade do grupo.