(Des)vela-se a zona muda: representações sociais de professor sobre aluno (in)visibilizado
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Resumo
A presente pesquisa nomeada (Des)vela-se a zona muda: representações sociais de professor sobre aluno (in)visibilizado, cujo objeto (in)visibilidade do aluno, funda-se na inquietação: de que maneira a zona muda (des)vela-se em representações sociais elaboradas por professores sobre aluno (in)visibilizado, a partir de escuta subjetivada, levando-se em conta os ditos, não ditos e inter-ditos? Por conseguinte, o objetivo geral da pesquisa é apreender representações sociais de professor sobre aluno (in)visibilizado, nos ditos, não-ditos e inter-ditos, e suas implicações no processo de ensinar e de aprender. Os objetivos específicos estão, assim, delineados: identificar objetivações e ancoragens advindas das representações sociais de professor sobre aluno (in)visibilizado; analisar de que modo a zona muda contribui para que os ditos, não-ditos e inter-ditos do professor possam evocar a (in)visibilidade, e; identificar implicações da (in)visibilidade do aluno, no processo de ensinar e de aprender. No que concerne à metodologia, trata-se de pesquisa qualitativa, que teve por lócus uma escola pública da rede estadual no município de Alagoinhas-BA. Os sujeitos da pesquisa foram 05 (cinco) professores egressos da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) e os dispositivos de colheita de discursos versaram sobre entrevistas semiestruturadas, conversação e painel, cujos discursos advindos foram, ulteriormente, submetidos à análise de discurso de vertente francesa. Considerando que a Teoria das Representações Sociais, principiada por Serge Moscovici (1978), evoca processos cognitivos, afetivos e sociais, os quais recorrem aos arranjos de significação socialmente elaborados e aos processos de ancoragem e de objetivação, procedeu-se a escolha da abordagem processual, à feição de principal esteio teórico-metodológico, para escutar o fenômeno da (in)visibilidade de alunos, sob a perspectiva dos professores. Assim, o embasamento teórico funda-se em: Moscovici (1998; 2009), Jodelet (2002; 2009), Marková (2003; 2006; 2017) e Ornellas (2001; 2008; 2012), no campo das representações sociais; Abric (2000; 2005); Menin (2006), em termos de zona muda; Costa (2008a), Foucault (2010), Merleau-Ponty (2009) e Porto (2006), no tocante à (in)visibilidade; Adorno (2020), Charlot (2008), Kupfer (2000) e Ornellas (2005; 2008; 2015); em referência à educação contemporânea. Por meio da revisão de literatura, imersão no campo empírico e análise das falas, que emergiram nos dispositivos, é possível afirmar que as representações sociais de professor sobre o aluno (in)visibilizado, ancoram-se em: silenciamento; alheamento; deslize, e; desconhecimento, tendo por objetivações o aluno apagado e falar às paredes. Além disso, considerada a aposta epistêmica ora apresentada, os possíveis elementos de zona muda nessas representações sociais são: desalento, condenação, maniqueísmo e indiferença. Outrossim, as representações sociais elaboradas e compartilhadas pelo grupo, nos evocou a uma escuta das implicações da (in)visibilidade no processo de ensinar e de aprender, figuradas no impedimento do aluno à (des)(re)construção de conhecimentos e à constituição de sua subjetividade, nas relações intersubjetivas tecidas em ambiência escolar. Diante disso, esta pesquisa não pretende apenas ofertar aproximações de conjecturas explicativas, mas cogitar a zona muda nas suas existências teóricas e investigativas, além de instigar outros estudiosos a tecerem suas indagações e (re)criarem trilhas ora percorridas, tendo por horizonte o saber que essencialmente é e será sempre inconcluso.