Políticas curriculares de cabo verde de 2010-2020 e a perspectiva multicultural no ensino secundário: desafios e possibilidades
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Resumo
Esta pesquisa de mestrado teve como objetivo central analisar de que modo as políticas curriculares implementadas em Cabo Verde de 2010-2020 orientam, normatizam o desenvolvimento de práticas multiculturais no processo educativo das escolas secundárias e foi guiada pela seguinte pergunta problematizadora: de que forma as políticas curriculares de Cabo Verde implementadas de 2010-2020 proporcionam o desenvolvimento de uma perspectiva multicultural nas práticas curriculares e educativas das escolas secundárias? A metodologia constitui-se na abordagem qualitativa que subsidiou a construção teórica e conceitual da pesquisa, que teve como método o estudo de caso descritivo, como dispositivos de produção e coleta de dados o questionário misto online e análise dos documentos legais e pedagógicos disponibilizados pelo Ministério de Educação de Cabo Verde e pelas escolas pesquisadas. O campo da pesquisa empírica foi constituído pela Escola Secundária Cónego Jacinto Peregrino da Costa, localizada na ilha de Santiago e a Escola Secundária Cova Figueira, situada na ilha do Fogo, os sujeitos da pesquisa foram 13 (treze) professores e 2 (dois) diretores das referidas instituições. Constatamos que os estudos sobre o multiculturalismo se baseiam nas teorias críticas e pós-críticas que evidenciaram o currículo como um mecanismo de reprodução das relações de poder e de transmissão de ideologias e, também, como meio de ação política e de transformação social, incentivando o pensamento crítico para as desigualdades sociais impostas a partir da ideia da neutralidade atribuída aos processos de produção do currículo. Em Cabo Verde as demandas curriculares e educativas são impostas por organismos internacionais, comissão europeia e as nações unidas, que tomam como modelo o contexto global enquanto deveriam considerar o contexto local para o desenvolvimento das políticas curriculares e educativas. Assim as diferenças culturais existentes no país possibilitaram reconhecer que a sociedade cabo-verdiana é multicultural interferindo em todas as áreas e a educação não fica alheia a esse fenômeno.