Formas de bem morrer em Serrolândia: intimidade fúnebre numa cidade do interior (1930-1980)
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Resumo
A historiografia sobre assuntos fúnebres vem crescendo no Brasil, porém, até o momento, ela ficou restrita aos grandes centros urbanos e às mudanças que se processaram com a modernização desses espaços. As representações de morte dos moradores dos povoados, vilas e pequenas cidades ficaram à margem de tais trabalhos. Serrolândia, no interior da Bahia, apresentava comportamentos fúnebres peculiares em relação às atitudes já analisadas por alguns historiadores sobre outras cidades brasileiras. A proximidade com o meio rural, a ausência de catolicismo ortodoxo e de médicos no lugarejo fizeram emergir um ritual e representação mortuárias próprias de uma população que vivia do campo. Mas os moradores de Serrolândia passaram a incorporar novos elementos em seus rituais a partir da década de 1960, quando os evangélicos chegaram na cidade construindo um cemitério particular, onde eles poderiam expressar suas crenças e representações fúnebres de acordo com seus dogmas. Outro elemento importante nessa mudança de atitude em Serrolândia foi o aparecimento dos médicos, apoiados pelos representantes politicos, e suas idéias sobre higiene e controle de doenças.