A construção deste produto educacional parte do entendimento da importância que a literatura negra tem para a construção antirracista, principalmente as escrevivências de Evaristo. Este produto educacional, portanto, é uma ferramenta para o fortalecimento do pensamento crítico e da ação antirracista, promovendo a valorização da cultura negra, pois as escrevivências de Evaristo são muito mais do que relatos pessoais, são um convite à reflexão sobre a condição humana e busca pela igualdade. Esta pesquisa, de orientação metodológica qualitativa, está inserida na Linha II – Ensino, Saberes e Práticas Educativas do Programa de Pós-graduação em Ensino, Linguagem e Sociedade – PPGELS, e tem como objeto de pesquisa a literatura negra brasileira como agente de uma prática antirracista no Ensino Fundamental e as escrevivências são o elemento chave para esta prática pedagógica, pois é preciso práticas e políticas contrárias ao racismo desde a primeira infância, onde tudo começa. A questão problema que direcionou a pesquisa foi: Como as escrevivências de Conceição Evaristo podem ser um caminho para contribuir com a construção de uma prática antirracista no ensino fundamental? Tendo em vista que a escola ainda é um espaço controlado pela arbitrariedade de um currículo eurocentrado, buscamos com esta pesquisa analisar de que modo as escrevivências de Conceição Evaristo podem contribuir para a construção de uma educação antirracista no Ensino Fundamental. A proposta aqui é refletir sobre o (não) lugar da mulher na literatura, com ênfase na mulher negra, evidenciando os processos de invisibilidades nos espaços marcados pela figura do homem branco e heterossexual; discutir sobre o feminismo negro e seus possíveis reflexos nas escritas literárias de mulheres negras, enquanto espaço de resistência com enfoque nas produções das escrevivências de Conceição Evaristo e debater sobre o lugar social do negro, dando ênfase ao lugar (território) da mulher negra dentro da sociedade.