"TRAVESSIAS" e Alunos de Escola da Roça a Professor de Universidade Percursos de Vida e Trajetórias de Formação
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Resumo
Esta pesquisa, de abordagem qualitativa, inscrita no âmbito do método (auto)biográfico, toma como objeto de estudo os percursos de vida e as trajetórias de formação de seis professores universitários que viveram parte de suas vidas na roça, estudaram em escolas multisseriadas localizadas em territórios rurais nos estados da Bahia e de Sergipe, continuaram seus estudos em diferentes espaços urbanos e exercem a profissão docente no ensino superior. A intenção desta investigação é analisar as trajetórias de mobilidades geográfica, social e cultural desses professores universitários, oriundos da roça, que atuam em diferentes instituições de ensino superior no estado da Bahia, a partir das histórias narradas. Desse modo, fez-se necessário conhecer os percursos de escolarização e as trajetórias de formação dos professores; identificar nos percursos de vida e nas trajetórias de formação, as estratégias utilizadas para chegar à universidade enquanto alunos e professores, bem como descrever como esses professores compreendem suas travessias nesse processo de constituição profissional. A metodologia ancora-se nos princípios teórico-metodológico da pesquisa (auto)biográfica, a partir dos dispositivos do memorial acadêmico e da entrevista narrativa como fontes da investigação. As narrativas dos seis professores evocam memórias e descrevem histórias marcadas pelas singularidades dos percursos de vida e de escolarização iniciados em territórios rurais, bem como percursos de formação escolar e acadêmico-profissional para tornar-se/ser professor de uma universidade. Essas histórias de mobilidades geográfica, social e cultural constituem o repertório das geo(bio)travessias que se configuram como processos que abrangem histórias de vida tecidas em diferentes cenários geográficos (geotravessias), sociais, econômicos e culturais (biotravessias) que envolvem sujeitos de lugares diversos e que, através de processos de auto-re-organização das aprendizagens e do conhecimento de si e do mundo, a partir das redes de relações construídas durante os percursos da história de vida e pelo acesso à educação, os levaram a emergir socialmente, tornando-os professores universitários.