Investigação do potencial imunomodulador do alcaloide caulerpina da alga verde Caulerpa racemosa
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Resumo
Introdução: A imunomodulação desempenha um papel fundamental no manejo de doenças inflamatórias, ressaltando a necessidade de desenvolver novos agentes capazes de modular a resposta imune com maior segurança e eficácia. Objetivos: O presente trabalho objetiva avaliar o efeito imunomodulador da caulerpina in silico, in vitro e em modelo experimental de choque endotóxico. Materiais e Métodos: A toxicidade da caulerpina foi predita in silico com o software ProTox-3.0. in vitro, avaliou-se a citotoxicidade pelo método Alamar Blue e o efeito anti-inflamatório em macrófagos ativados por LPS+IFN-γ, com quantificação de óxido nítrico pela reação de Griess e das citocinas IL-6, IL-10, IL-12 e TNF-α por ELISA. A interação com receptores de glicocorticoides foi investigada por docking e dinâmica molecular, complementada por ensaio de reversão com RU486. In vivo, testaram-se a toxicidade aguda da caulerpina e sua eficácia em modelo de choque endotóxico induzido por LPS. Resultados: As previsões de toxicidade indicaram que a caulerpina possui um perfil de segurança favorável. in vitro, a caulerpina não foi citotóxica e reduziu significativamente a produção de nitrito, bem como os níveis das citocinas IL-6, IL-10, IL-12 e TNF-α. Interessantemente, a caulerpina mostrou alta afinidade de ligação ao domínio de ligação ao ligante do receptor de glicocorticoide (GR-LBD), sugerindo um mecanismo de ação semelhante ao da dexametasona. Esse efeito foi corroborado pela reversão parcial da sua atividade anti-inflamatória após tratamento com RU486. In vivo, a caulerpina manteve um perfil de segurança favorável, sem sinais de toxicidade aguda na dose oral de 100 mg/kg, e, em modelo murino de choque endotóxico, aumentou significativamente as taxas de sobrevida de forma dose-dependente, com proteção completa na dose de 4 mg/kg. Conclusão: Estes achados sugerem que a caulerpina apresenta potencial terapêutico para o tratamento de doenças inflamatórias.