Este trabalho discute sobre a inclusão de gêneros textuais emergentes tecnológicos no ensino de Língua Portuguesa na Educação Básica, de forma planejada e cotidiana. Nesse sentido, parte-se da ideia de que práticas de linguagem no contexto escolar devem centrar-se na diversidade de textos que fazem parte do universo social dos alunos. Dessa forma, o professor, ao inserir em seu planejamento os gêneros digitais, sobretudo, aqueles que circulam nas redes sociais, para trabalhar a leitura e a escrita, estará fazendo atos de currículo em sala de aula, de modo que nesse novo contexto social as práticas escolares não poderão estar desassociadas das práticas sociais dos alunos. Assim, realizou-se uma pesquisa de campo, com uma turma de 9º ano de Ensino Fundamental II, e dois professores de Língua Portuguesa de uma escola pública do município de Conceição do Coité (BA), com o objetivo de refletir sobre o desenvolvimento de práticas de ensino de Língua Portuguesa, a partir dos gêneros digitais como atos de currículo, de modo que o professor insira, de forma planejada, esses textos às aulas de Língua Portuguesa. Teoricamente, a pesquisa está ancorada nos estudos sobre gênero textual (MARCUSCHI, 2005; ROJO; BARBOSA, 2015) e gêneros emergentes tecnológicos (XAVIER, 2005; LÉVY, 2008; CRYSTAL, 2001); redes sociais (GOMES, 2016; MARTINO, 2015); atos de currículo (MACEDO, 2013). Como resultado da investigação, ficou evidente que os profissionais entendem a importância de inserir os textos digitais ao ensino de Língua Portuguesa; porém, não consta em seus planejamentos atividades que contemplem o trabalho com esses gêneros. Portanto, é necessária a ampliação de formação continuada para que os profissionais desenvolvam práticas de leitura e de escrita por meio dos gêneros digitais e atuem, assim, como atores curriculantes.