O estudo debruça-se nas questões da Interseccionalidade, Legado e nas Narrativas de Vida das Idosas negras da Comunidade Quilombola Maria de Juvêncio, destacando em suas narrativas o racismo, o preconceito machista sofrido por elas. Com essas intersecções presentes nas vidas dessas mulheres negras, surgiu o seguinte questionamento: de que modo a interseccionalidade nas narrativas de vida das idosas negras da Comunidade Quilombola Maria de Juvêncio contribui na construção do seu legado existencial? O referencial teórico encontra-se sob a ótica de Akotirene (2020) –Intercessionalidade –, que dialoga sobre as opressões vividas pelos negros e as negras da nossa sociedade, ressaltando o racismo e o preconceito. O objetivo geral é compreender a interseccionalidade nas narrativas das idosas negras da Comunidade Quilombola Maria de Juvêncio no que se refere ao seu legado existencial. Os objetivos específicos: Discutir os conceitos de Interseccionalidade, Narrativa e Legado; Analisar as narrativas de vida das idosas negras da Comunidade Quilombola Maria de Juvêncio a partir da interseccionalidade, buscando inferir o seu legado; Construir um diário de memórias coletivas a partir das narrativas de vida das Idosas Negras da Comunidade Quilombola Maria de Juvêncio. Para tanto, o estudo se constitui em uma pesquisa de abordagem qualitativa, inspirada em Minayo (2007); Husserl (1986), com o método da pesquisa fenomenológica. Tipo da pesquisa história oral baseado em Alberti (2004); a técnica de coleta de dados refere-se à metodologia rodas de conversas, na ótica de Afonso e Abade (2008). Na análise dos dados inspiramo-nos em Ricoeur (1976), com sua obra Teoria da Interpretação. Para tratar de experiências, Larrosa (2005) propõe testemunhar experiências de escrever na educação, educar na escritura. A estrutura da dissertação está dividida em seções representadas por artigos visando à publicação. Artigo 01. Interseccionalidade, Narrativa e Legado: Uma construção conceitual. Artigo II. Analisar as narrativas de vida das idosas negras da comunidade quilombola Maria de Juvêncio a partir da interseccionalidade, buscando inferir o seu legado. Artigo III. Memórias Transcritas em Diário Coletivo: As Experiências Negras da Comunidade Quilombola Maria de Juvêncio. O produto final é um Diário de Memórias: Narrativas de Vida das Idosas negras da Comunidade Quilombola Maria de Juvêncio. Entretanto, antes de coletar os dados o projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, da Universidade do Estado da Bahia. Aprovado com o Número do Parecer: 5.129.040 em 26 de novembro de 2021. Nesse caminho, espera-se que esta pesquisa amplie o debate sobre as práticas racistas e como estas afetam a existência das pessoas negras da nossa sociedade. Tecendo os resultados, salientamos que a temática é pouco discutida na maioria dos espaços onde ocorrem nossas relações sociais. Assim, as pessoas precisam se conscientizar de que o racismo não acabou, especialmente porque o terreno da luta contra o racismo, por vezes, parece nebuloso, encobre a realidade daqueles que estão em condição de invisibilidade em nossa sociedade, mas, positivamente, os movimentos sociais estão empenhados nessa luta e não deixarão que atos de perversidade passem despercebidos.