Negra cor: descolorindo os quadrinhos
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Resumo
Este trabalho faz uma análise da presença e do discurso dos povos negros nas HQs das revistinhas mais conhecidas da arte quadrinizada de Mauricio de Sousa, conhecidas como Turma da Mônica. O nosso objetivo geral foi o de fazer uma incursão sobre a presença destes povos nestas revistas e o de descortinar o cenário em que estes personagens são colocados, analisando o discurso que o autor faz ou silencia através destes personagens. O nosso objetivo específico foi o de verificar como a presença deles era percebida pelo público leitor, no caso as crianças da Creche Escola Francesco Galli. Na primeira parte historiamos sobre a origem desta temática na nossa trajetória acadêmica, bem como sobre a história dos quadrinhos no mundo e no Brasil, identificando alguns personagens negros nos quadrinhos brasileiros. Como aporte teórico nos subsidiamos especialmente nos autores: Braga & Patati (2006), Chinen (2012), Deusdará & Rocha (2011), Eisner (1999), Junior (2004), Knowles (2008), Lovetro (2011), Luyten (1993), Martins (2012), McCloud (1995), Munanga (1988), Rama & Vergueiro (2008), Ramos & Vergueiro (2009), Santana (2007) e Severo (2008). A metodologia utilizada para este trabalho foi: pesquisa quali-quantitativa, análise do discurso tendo como instrumento de coleta a aplicação de questionário aberto e análise documental. Na segunda parte, a partir das tabelas e dos gráficos gerados pela análise documental, foram identificados o número de afro-descendentes e o espaço social em que eles se encontram nas histórias das revistinhas, bem como o seu discurso, o seu silêncio e a sua invisibilidade. Ao finalizar este trabalho confirmou-se o baixíssimo número de afrodescendentes nas revistas, a sua invisibilidade e o silêncio destes povos.