Esta pesquisa buscou refletir sobre a economia coletiva através de uma proposta educacional afrocentrada, partindo da análise da experiência do povo negro, antes da maafa, para reavivar as heranças ancestrais que sobreviveram ao longo do tempo e estão presentes nos saberes e fazeres contemporâneos. O Quilombo Cabula é a referência territorial que nos apresenta os elementos para a uma educação centrada em África e acolhe nosso objetivo. Ao adotarmos Ujamaa como conceito que caracteriza a proposta educacional, expressa o posicionamento de reconhecer e desenvolver conhecimentos a partir do nosso berço cultural, assim reafirmamos a Afrocentricidade como teoria e metodologia de pesquisas sobre as experiências africanas. Assim, a pesquisa se constitui um mergulho nas práticas ancestrais, criadas e recriadas para estabelecer conexões instituídas pelas comunalidades tradicionais e suas dinâmicas de sociabilidade do Cabula no seu histórico processo de resistência, tendo o trabalho como vetor. Na abordagem teórico-metodológica buscamos dialogar com autoras e autores cujas produções acadêmicocientíficas revelam a experiência africana positivamente, e que permitiu acumular elementos que contribuem diretamente na autodeterminação, contudo, escolhemos a pesquisa de desenvolvimento e seus procedimentos metodológicos para construção da aplicação/solução permeado pelos conceitos basilares da pesquisa: educação afrocentrada e economia coletiva. É através da construção e compreensão do contexto, a elaboração do conceito de economia coletiva e a implementação da metodologia interventiva, por meio dos ciclos iterativos, promovemos a análise e avaliação do processo. Os resultados alcançados se apresentam pela ampliação do repertório civilizatório africano na diáspora, a experimentação de recursos e ferramentas para a práxis pedagógica, do reconhecimento do Cabula e suas práticas econômicas quanto seus aspectos ancestrais, a capacidade colaborativa e o potencial de continuidade, como pressupõem todo processo educacional de ser consciente e contínuo.