A monografia investigou os modos de participação e atuação de Nice Amaral nas instâncias escolares e culturais, a partir das instâncias formativas (família, igreja e escola) e profissionais que contribuíram com a sua trajetória, na delimitação temporal 1928 a 2020, que compreendia a idade de nascimento e falecimento da educadora. Partiu de uma abordagem qualitativa, tendo como método a pesquisa histórica, cujo dados foram gerados por meio de documentos de cunho pessoal e profissional de Nice Amaral que se encontram presentes no acervo de algumas das instituições de ensino em que atuou, a exemplo da Escola Municipal Getúlio Vargas e do Colégio Estadual Governador Luiz Viana Filho. Além de fitas cassetes provenientes do Centro de Estudos e Pesquisa em Memória da Universidade do Estado da Bahia – Campus XII, livros de memorialistas locais, entre outros documentos. As fontes orais utilizadas foram provenientes das entrevistas semiestruturadas com pessoas que conviveram com a professora, como o relato da filha e seis ex-alunos/as. Do ponto de vista teórico e metodológico, a investigação baseou-se nos preceitos da História da Educação, História Cultural e História Oral, as quais possibilitaram discutir sobre o itinerário individual de uma agente social da história e a utilização das fontes orais. Tais fontes apontaram como Nice Amaral era conhecida por aqueles/as que vivenciaram sua prática educativa e como era estimada tanto como profissional quanto como pessoa, pois ela era uma defensora da preservação da história local, o que culminou com a criação da Fundação Joaquim Dias Guimarães. Os resultados da pesquisa possibilitaram a compreensão de uma educadora condicionada pelos habitus familiar, religioso e professoral inerentes ao contexto social e político da época. A professora construiu, sobretudo, um percurso profissional de destaque na história da educação do município de Guanambi-BA. O estudo tem relevância para a profissão docente por problematizar e compartilhar as experiências sociais, culturais e educacionais experienciadas por Nice Amaral durante a sua trajetória, principalmente, enquanto normalista, bem como promover uma reflexão sobre a importância de um projeto de educação pública, gratuita e democrática, destacando a formação de professoras no século XX no Alto Sertão Baiano.