A função socio-educativa do museu e o direito ao patrimônio: um estudo de caso
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Resumo
Este trabalho apresenta os principais resultados de um estudo de caso realizado no Museu Abelardo Rodrigues (MAR), tendo como objeto de análise a Coleção Abelardo Rodrigues e as exposições anterior e a atual – “A ‘Corte Celestial’: 25 anos de arte e devoção” – abertas ao público em 1981 e 2006, respectivamente, sendo estruturadas com base nos princípios da Nova Museologia. A realização desse estudo de caso reflete sobre o processo de desenvolvimento da função socioeducativa da instituição museológica e faz a contextualização da evolução histórica da comunicação, do diálogo e da educação ocorrida entre os museus e a comunidade. Para isso a análise perpassa a trajetória da criação e manutenção dos museus, por muitos séculos em benefício da elite dominante; aborda os aspectos históricos, políticos e culturais que impulsionaram o surgimento do Movimento Internacional para uma Nova Museologia – Minom, seus princípios e repercussão; discorre sucintamente sobre diversas experiências educacionais que se desenvolveram no Brasil e na Bahia e que contribuíram, através de atividades extracurriculares, com a educação formal; examina as ações de democratização, participação e comunicabilidade propiciadas pelos espaços museológicos nacionais e estaduais e, em especial, o MAR, às classes sociais desfavorecidas, cultural e economicamente; e discute as políticas governamentais e públicas da área museal no país. A pesquisa, que resultou neste trabalho, está embasada no método dialético, o que melhor se adéqua ao estudo dos conflitos e contradições vivenciados entre a Museologia tradicional e a Nova Museologia, por possibilitar a análise e compreensão dos problemas sociais experimentados. Adota a contribuição de Pierre Bourdieu, por discorrer sobre a interferência direta dos “capitais”, na percepção de acervos expostos em museus; e a de Pedro Demo, que defende a educação na formação de um cidadão autônomo. Utiliza pesquisa bibliográfica e documental, questionário, entrevista e observação dos visitantes. Este trabalho é inovador por sistematizar e analisar a educação não formal praticada nos museus brasileiros, baianos e, em especial, no MAR, e traçar a evolução dialógica dos espaços museais e comunidade, visando a proporcionar sua deselitização e popularização, baseada nos princípios participativos e democráticos, por meio de uma museografia acessível, também, ao grande público.