Judaísmo, alteridade e educação em Emmanuel Levinas
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Resumo
Busca-se nesta dissertação a contribuição do pensamento levinasiano para a educação, sobretudo no concernente à relação entre professor (a) e estudantes. O percurso investigativo pauta-se nas obras do autor, principalmente “Totalidade e Infinito” e “Difícil Liberdade”, e em textos de comentadores especializados em seu pensamento. A pertença religiosa judaica de Levinas é um dos alicerces do trabalho, bem como o percurso de sua formação, evidenciando-se, ainda, o seu arcabouço filosófico de matriz fenomenológica. A ética da alteridade, pautada na relação inter-humana, é o fio condutor da abordagem do grande desafio educacional. Para tanto, explicita-se reiteradamente o conceito de alteridade tomada como instância constituidora de sentido: a ética, enquanto não indiferença pela diferença do Outro, é a ótica do humano ou filosofia primeira. Tal perspectiva traz nova compreensão do aprendizado e da construção de si a partir do rosto do Outro, cuja palavra ensina o sujeito a abertura, acolhimento e responsabilidade por quem o interpela. A educação judaica, para Levinas, é também um meio possível de perpetuar a atualidade da tradição, desde a formação dos professores, embora sejam reais as constantes mudanças e avanços nas diversas áreas da vida. Portanto, as distintas gerações devem encontrar-se em convivência na comunidade educacional, a fim de se manterem vivos os rituais educativos necessários à formação humana, os quais conservam a revelação milenar do sentido ético do humano transmitida pela tradição judaica, além de garantir que a singular vocação do povo do Livro não seja esquecida.