Fanfics, googlagens & cia.: apropriação e autoria no Século XXI
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Resumo
Na contemporaneidade, é notável o surgimento de novas tecnologias atreladas à internet, e um aumento gradativo da oferta cultural. Nesse cenário, novas práticas são pensadas frente aos recursos disponíveis e cada vez mais torna-se evidente o crescimento de expressões artísticas que se baseiam na apropriação de elementos pré-existentes, os quais são reescritos, recriados ou reapresentados sob novas perspectivas. O presente trabalho consiste em refletir a respeito da noção de autoria emergente nessas expressões artísticas, enfocando o autor de escrita não criativa, isto é, apropriativa, como um “gênio não original”, o qual atua no contexto da “cultura do uso” ou cultura do reaproveitamento. A reflexão é feita a partir do mashup literário, da fanfiction, do MixLit e da Poesia do Google, que são as modalidades de escrita analisadas nesta dissertação, a fim de discutir a concepção de autoria na contemporaneidade. Debates em torno da autoria são revisitados, tendo como principais fontes teóricas os textos de Nicolas Bourriaud (2009), que cunhou o termo “cultura do uso”, de Kenneth Goldsmith (2011), que define a “escrita não criativa” e de Marjorie Perloff (2013), com seus estudos sobre originalidade e criação, que formulou o termo “gênio não original” para nos ajudar a pensar a autoria nas práticas de apropriação e de reuso. A partir desses teóricos, entre outros, esta dissertação propõe-se a reconhecer que há um esvaziamento das definições dicionarizadas de autoria, genialidade, criatividade e originalidade, as quais não dão conta das quatro modalidades de escrita acima elencadas, levando à necessidade de pensar em novas formas de abordar tais escritas no século XXI.