Introdução: A microbiota intestinal é composta por trilhões de microrganismos que desempenham funções essenciais como digestão, absorção e modulação imunológica. Seu desequilíbrio, conhecido como disbiose, pode ser multifatorial, tais quais os estudantes de saúde são vulneráveis devido a rotinas intensas e hábitos inadequados. Objetivos: Avaliar a associação entre risco de disbiose e sinais e sintomas gastrointestinais em estudantes da área da saúde de uma universidade pública e identificar a prevalência do risco de disbiose e fatores relacionados. Material e Métodos: Estudo observacional, transversal e de associação, seguindo as diretrizes STROBE. A coleta de dados foi realizada, entre maio e junho de 2025, através do Google forms®. Foi utilizada a adaptação do Questionário de Rastreamento Metabólico (QRM), Escala de Bristol e sintomas do critérios de Roma IV para avaliação dos sinais e sintomas; o Questionário de Risco de Disbiose (QRD) para avaliar o risco de disbiose, além de coletar informações sobre hábitos alimentares, etilismo, tabagismo, prática de exercício físico, estresse físico/ou mental e sonolência pela Escala de Sonolência de Epworth Brasileira (ESE-BR). Resultados: A amostra foi majoritariamente composta por mulheres jovens, negras, do curso de nutrição e em risco médio de disbiose (76,6%). Houve associação estatisticamente significativa entre elevado risco de disbiose e sinais e sintomas gastrointestinais, como náuseas, vômitos, constipação, distensão abdominal, azia, dor abdominal, alterações no padrão de fezes segundo Escala de Bristol (p=0,009) e presença de sintomas ao evacuar (p<0,05). Observou-se alta prevalência de fatores potencialmente causadores, como hábitos alimentares inadequados (83,7%), sedentarismo (48,1%), sonolência excessiva (65,6%) e presença de estresse físico/mental (94,8%). Conclusão: Os achados deste estudo reforçam a associação significativa entre o risco de disbiose e a presença de sinais e sintomas gastrointestinais em estudantes de saúde, destacando a vulnerabilidade dessa população a desequilíbrios na microbiota intestinal.