A agricultura brasileira representa cerca de 23% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e emprega aproximadamente 15% da população ativa. Diante da crescente demanda por alimentos e dos desafios relacionados à sustentabilidade, a adoção de tecnologias emergentes, como a Inteligência Artificial (IA), tem se mostrado estratégica para aumentar a eficiência e reduzir os impactos ambientais no campo. Nesse cenário, o presente trabalho teve como objetivo comparar os efeitos econômicos e produtivos entre o manejo convencional de herbicidas e o manejo com uso de IA, por meio do robô SOLIX, na cultura do algodão, na fazenda Orquídeas do grupo Schmidt Agrícola. Foram analisados três aspectos principais: consumo de herbicidas e adjuvantes, custos operacionais e produtividade agrícola. No manejo convencional, houve consumo de 6 kg/ha de RIDOVER® (Glifosato) e 400 ml/ha de AUREO® (Óleo vegetal), totalizando R$80,91/ha em produtos. Já com o SOLIX, que atua de forma localizada, o consumo médio foi de 0,257 kg/ha de RIDOVER® e 0,017 L/ha de AUREO®, com custo de R$6,95/ha, representando economia de 91,43% em produtos químicos. Em relação aos custos operacionais, os pulverizadores convencionais apresentaram custo de R$25,49/ha. Já o custo com o robô SOLIX foi de R$250,16/ha na safra avaliada, operando em 35% de sua capacidade. Em cenário de eficiência plena (80%), esse valor cairia para R$87,94/ha. Apesar do maior custo por hectare, o investimento no robô (R$350.000,00) pode ser amortizado em cerca de 20 meses, considerando os ganhos totais obtidos. Na produtividade, a área tratada com IA obteve média de 84,3 estruturas reprodutivas/m, contra 79,2 estruturas/m do manejo convencional. O teste t de Welch indicou diferença estatisticamente significativa (p = 0,032), com produtividade final de 369,73@/ha no tratamento com IA e 347,36@/ha no convencional. O ganho médio foi de 22,37@/ha, resultando em incremento financeiro relevante para a produção. Conclui-se que o uso de IA, representado pelo robô SOLIX, proporciona economia de insumos, ganhos produtivos e contribui para práticas mais sustentáveis, sendo uma alternativa viável e promissora para o futuro da agricultura de precisão.