Somos feministas ! subjetividades e discursos de sexualidade em perfis de mulheres ativistas no Instagram (2020-2021)
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Resumo
Esta dissertação aborda o tema do feminismo no Instagram a partir dos Estudos Discursivos Foucaultianos. Os discursos materializados nos perfis selecionados como corpus de pesquisa são analisados sob o prisma das relações de saber-poder que atravessam a sexualidade, o corpo e a vida das mulheres. A discussão teórica e as análises apresentadas aqui derivam das asserções e contribuições de Michel Foucault à Análise do Discurso, sobretudo no que diz respeito ao discurso enquanto prática, ao enunciado enquanto função e as formas de ser governado por uma série de dispositivos que funcionam no interior das instituições. No contexto de uma sociedade cada vez mais conectada, o Instagram se torna um espaço crucial para a expressão de vozes que, muitas vezes, encontram pouca ressonância nos meios de comunicação tradicionais, assim, o Instagram é tomado conceitualmente enquanto um espaço heterotópico que refrata os discursos oriundos do espaço tópico presencial, assim, o objetivo geral dessa dissertação é identificar de quais modos se constituem as subjetividades das mulheres ativistas no Instagram a partir da relação entre o feminismo e o dispositivo de sexualidade. As principais obras de Michel Foucault que compõem o escopo teórico dessa dissertação são A Arqueologia do Saber (2008a), O corpo utópico: As Heterotopias (2013a), O que é a Crítica? seguido de A Cultura de Si (2015), Em Defesa da Sociedade (1999b), Segurança, Território, População (2008b) e O Governo de Si e dos Outros (2010). O corpus é composto das publicações dos perfis de dez mulheres no Instagram no período de 2020 e 2021. As publicações são organizadas em regularidades e organizadas em séries enunciativas e então analisadas dentro de um quadro discursivo. A metodologia utilizada centra-se no método arqueogenealógico foucaultiano que permite rastrear a emergência dos discursos na história e estabelecer associações entre as práticas já estabelecidas através da análise das relações de saber-poder. Os resultados apontam para a clivagem do exercício do poder sobre o corpo das mulheres mesmo que no espaço heterotópico do Instagram, contudo, formas de resistir aos modos de governo também lhes são possíveis, assim conclui-se, que as mulheres empreendem um agir criticamente na atualidade, mesmo que de maneira inconsciente, como meio de resistência. Ademais os resultados clivam para o diagnóstico de um exercício da cidadania pela parresía mobilizada a partir do feminismo.