Memórias de torturadores: uma análise dos depoimentos de ex-agentes públicos de segurança nas Comissões da Verdade
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Resumo
A presente pesquisa procura analisar os discursos contidos nos documentos disponibilizados pelas Comissões da Verdade (CV) e sua relação com o direito à memória no contexto da história política e social brasileira, tendo como objeto, a análise da narrativa, o orgulho dos atos cometidos, ou o arrependimento, entre outros direcionamentos presente nos depoimentos de ex agentes públicos no que se refere às violações dos direitos humanos cometidos dentro do Sistema de Segurança Nacional. Assim, procuramos enfrentar uma inquietação: como as informações contidas nos documentos produzidos pelas CV se constituem em um projeto de memória das violações cometidas pelo Estado e delatadas pelos depoentes? As narrativas dos atos abusivos dos direitos humanos constituem uma confissão de arrependimento? É possível discriminar interesses individuais sob uma ótica de benefícios advindos de “delações premiadas”? As análises de documentos como os produzidos pelas CV auxiliam no fortalecimento da memória social e da democracia, contribuindo para o não esquecimento dos abusos cometidos durante a ditadura militar. Através do estudo dos depoimentos de ex-agentes públicos, ocupantes de funções e cargos comando e gerencia, dentro da engrenagem de repreensão, perseguição e tortura da Ditadura Militar, tomados entre março e novembro de 2013, pretende-se dar visibilidade às violações cometidas pelo Estado brasileiro dentro do paradigma da Segurança Nacional.