Currículo, literatura afro-brasileira e relações raciais: intersecções de uma educação antirracista
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Resumo
O presente estudo tem como objetivo compreender de que modo a literatura infantil afro-brasileira pode ser trabalhada como instrumento de prática curricular antirracista na Educação Infantil. A metodologia sustenta-se nos postulados da Pesquisa-ação (THIOLLENT, 2011) que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes estão envolvidos de modo cooperativo. O grupo amostral foi composto por 4 professoras da Escola Municipalizada Luís Eduardo Magalhães da cidade de Matina-Bahia. Para a produção de dados, empregamos dois instrumentos: a análise do Documento Curricular Referencial Municipal de Matina-Bahia e questionários respondidos pelas professoras participantes, os quais foram analisados pela técnica de análise de conteúdo de Bardin (2006) e Franco (2005). Foi possível verificar que a discussão das questões raciais no capítulo especifico da Educação Infantil do Referencial Curricular do município de Matina-Bahia é superficial e pontual, porém, com as informações provindas dos questionários, percebemos que, nas práticas das professoras participantes da pesquisa, diversas ações e estratégias pedagógicas com obras literárias afro-brasileira são empregadas no sentido de promover momentos de leitura com as crianças e para o enriquecimento das discussões das questões raciais em sala de aula. Diante do levantamento realizado, foi possível a criação do Caderno de atividades e práticas literárias antirracistas, cuja elaboração levou em consideração a prática já adotada na escola. Nosso intuito é que o produto educacional contribua para o desenvolvimento de práticas de mediação literária antirracista na Educação infantil ao possibilitar às crianças acesso a narrativas e olhares sobre a história não mais pelo olhar do sujeito branco/europeu, mas dos sujeitos que foram subalternizados e violentados, contribuindo, assim, para a elevação da autoestima e uma reconfiguração da identidade negra através de saberes identitários, políticos e estéticos-corpóreos.