O maracujazeiro que faz parte da família Passifloraceae é representado por quatro gêneros no Brasil, com o gênero Passiflora presente em todo o território nacional. Ademais, a suscetibilidade das cultivares a doenças radiculares, como a fusariose e a podridão-do-pé, tem diminuído a longevidade dos pomares. Por isso, a enxertia é frequentemente utilizada na cultura do maracujazeiro como forma de controlar patógenos de solo. No entanto, um desafio para o uso das espécies silvestres de Passiflora é o diâmetro do caule das plantas geradas a partir de sementes, o que dificulta a enxertia. Desse modo, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de diferentes níveis de condutividade elétrica da solução nutritiva sobre o crescimento do maracujá, bem como determinar a combinação entre as concentrações que proporcione o mesmo desenvolvimento para as diferentes espécies visando também a enxertia. O experimento foi realizado na casa de vegetação da Universidade do Estado da Bahia, Campus IX, situada na latitude 12°8’35.17"S e longitude 44°57’46.03"O. O delineamento experimental adotado foi o inteiramente casualizado, com arranjo fatorial de 5x4, sendo cinco condutividades de solução nutritiva na fertirrigação (0,0; 1,5; 3,0; 4,5 e 6,0 mS cm-1), e quatro materiais de maracujá representados por duas espécies e duas cultivares (Passiflora foetida, Passiflora maliformis L, BRS Sol do Cerrado, BRS Gigante Amarelo), com quatro repetições contendo quatro plantas cada. As sementes foram semeadas em bandejas plásticas de 120 células e o substrato utilizado foi o BIOPLANT ®. Após 30 dias, as mudas foram transferidas para tubetes e iniciada a fertirrigação. Os resultados indicaram que o uso de solução nutritiva favoreceu o crescimento e desenvolvimento das mudas de maracujá em função do aumento da condutividade. As condutividades ideais foram: 3,96 mS cm-1 para P. foetida, 2,84 mS cm-1 para P. Maliformis, 2,85 mS cm-1 para BRS Gigante Amarelo e 3,01 mS cm-1 para BRS Sol do Cerrado. As combinações para a enxertia foram os porta-enxertos P. foetida e P. maliformis na condutividade de 3 mS cm-1, com as copas Gigante Amarelo e Sol do Cerrado na condutividade de 1,5 mS cm-1. A utilização de solução nutritiva na condutividade 4,5 mS cm-1, resultou em mortalidade de 25% para a cultivar BRS Gigante Amarelo, 12,5 % para P. maliformis e 6,25 % para BRS Sol do Cerrado. A aplicação de solução nutritiva na condutividade 6 mS cm-1, levou à morte de 100 % das plantas da espécie P. maliformis, 87,5 % do BRS Gigante Amarelo e 75% do BRS Sol do Cerrado.