O presente trabalho analisou a experiência do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) na “Campanha do Mutirão Contra a Fome”, com foco na região metropolitana de Salvador (BA) entre 2020 e 2021, durante a pandemia da Covid-19. A pesquisa, enquanto método, teve caráter qualitativo, ancorada no Materialismo Histórico Dialético, utilizou-se de pesquisa documental e entrevistas semiestruturadas para compreender o potencial da organização popular e da agroecologia, no contexto da crise causada pelo coronavírus, fome e desigualdade social, para o abastecimento de alimentos saudáveis. Os resultados apontam que a campanha, articulou campo e cidade, exemplo concreto que aponta para a soberania alimentar e a solidariedade de classe, inovando e fortalecendo redes de produção e distribuição de alimentos saudáveis por meio da agricultura familiar camponesa. Evidenciou-se a Agroecologia, enquanto ciência, prática e movimento social, e seu papel estratégico na construção de alternativas populares ao modelo agroalimentar hegemônico. Destacou-se o potencial transformador da organização popular como base da transição agroecológica e da luta por um projeto popular de sociedade.