Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (Mestrado Acadêmico) em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental (PPGEcoH)
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O Programa de Pós-graduação em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental (PPGEcoH) é de natureza interdisciplinar, possui os cursos em nível de Pós-Graduação Stricto Sensu (Mestrado e Doutorado em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental) e tem por objetivo, formar profissionais que pretendam adquirir ou aprofundar conhecimentos na área de Ecologia Humana numa perspectiva multidisciplinar, objetivando preparar alunos (as) para a obtenção do título de Mestre e/ou Doutor, adquirindo as competências necessárias que lhes permitam desenvolver projetos de investigação no ramo científico da Ecologia Humana, bem como para planejamento e tomada de decisões no que concerne às complexas situacionalidades que envolve a relação de seres humanos com os ecossistemas, com a natureza, na atualidade, atuando na pesquisa e desenvolvimento na interface natureza e cultura.
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Navegando Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (Mestrado Acadêmico) em Ecologia Humana e Gestão Socioambiental (PPGEcoH) por Assunto "Ecologia Humana"
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- ItemConservação dos recursos naturais(2016) Nogueira, Eliane Maria de Souza; Andrade, Maria José Gomes de; Moura, Geraldo Jorge Barbosa de; Santos, Carlos Alberto BatistaComo uma proposta inovadora, este livro reúne diferentes abordagens de informação e reflexão sobre a história, o uso de recursos naturais a partir da perspectiva da ecologia humana com interpretações de gestão socioambiental. Nomes como moringa, peixes vermelhos, SNUC e Arecaceae saem do universo do Biólogo e ganham um corpo didático e leve, ultrapassando os leitores acadêmicos, em busca daqueles coloquiais, também artífices de dinâmicas étnicas-ambientais. Tudo isto na perspectiva de afirmar o saber das populaçõ es tradicionais como pedra fundamental na conservaçã o e utilização sustentável da biodiversidade brasileira. A mesma biodiversidade que suporta e alimenta toda a nossa sociedade. Num primeiro momento, a coletânea apresenta uma revisão substancial sobre uma espécie vegetal de origem indiana totalmente adaptada ao Nordeste brasileiro: a moringa (Moringa oleifera Lam.). Desvela à sociedade seu uso transcontinental, que vai desde a medicina Ayurveda (a medicina oficial dos Hindus), até as aplicações no Brasil, como reconhecida planta medicinal, rica fonte alimentar para os humanos, forragem para os animais, uso na cosmética industrial e suas potencialidades como biocombustível e biofertilizante. Emerge no segundo capítulo uma descrição pormenorizada do olhar dos ribeirinhos das margens do rio São Francisco, sobre o seu principal recurso de existência e reprodução sociocultural e biológica. Aliado a descrições estatísticas, as quais retiram a subjetividade da interpretação apaixonada dos pesquisadores, a estrutura social e as relações travadas com o ambiente são descritas num comparativo entre Petrolina, em Pernambuco, e Juazeiro, na Bahia. A percepção dos impactos ambientais de uma amostra da população tradicional que vive numa zona de monitoramento ambiental e comportamentos conservacionistas são trazídos à tona, e revelam “a palavra vida...” como sinônimo para o rio São Francisco. O terceiro capítulo faz uma retorspectica do uso das palmeiras, as Arecaceae, na América do Sul, e nos leva a reflexões importantes, quando identifica que o uso e manejo do ouricuri, principal palmeira explorada e utilizada no Nordeste brasileiro, sustenta mais de 50% da produção extrativista, sendo ainda responsável na conservação da arara azul de lear, endêmica da região das palmeiras. Uma revisão sobre o surgimento do Sistema Estadual de Conservação da Natureza em Pernambuco, nos trás à tona a história do homem no processo de delimitação de espaços sagrados e de manutenção dos recursos da Natureza, ao mesmo tempo em que revela e destaca o árduo caminho evolutivo da história do sistema de áreas protegidas brasileiras. São estes os não menos intrigantes aspectos delineados no quarto capítulo.
- ItemEducação escolar no quilombo do Sítio Araçá: memória histórica, direitos fundamentais e ecologia humana no sertão de Pernambuco(UNEB, 2025-08-06) Farias, Enos André de; Barbosa, Anna Christina Freire; Carvalho, Reinaldo Forte; Oliveira, Edivania Granja da Silva; Cruz, Elizeu Pinheiro da; Sá , Gabriela Barretto deEsta tese analisa o papel da educação escolar no Quilombo Sítio Araçá, localizado no município de Afrânio, Estado de Pernambuco, a partir de três eixos de discussão: a relação entre educação e memória histórica; a luta pelo reconhecimento dos direitos fundamentais da Comunidade; e a promoção da ecologia humana enquanto abordagem interdisciplinar. O estudo contextualiza o cenário local ao traçar a trajetória histórica da região, abordando a formação do Sudeste do Piauí, no século XVII, e do Sertão Pernambucano, no século XVIII, como forma de compreender o surgimento do território e os processos que conduziram à sua conformação atual. A pesquisa adotou uma abordagem mista, com ênfase etnográfica, permitindo uma imersão no lócus de análise por meio da observação participante. As atividades foram devidamente registradas, proporcionando subsídios para evidenciar aspectos consolidados do diálogo interdisciplinar com outras áreas do conhecimento e com a ecologia humana. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com lideranças locais e do núcleo político municipal, além de entrevistas estruturadas com moradores do Quilombo Sítio Araçá e com professores que atuam na escola da Comunidade. Foram realizadas também análise documental e bibliográfica, consulta em Arquivos Públicos nos Estados do Piauí e da Bahia, no acervo do Museu Pai Chico, e nas evidências do que sobrou da “Casa de Pedra”, sítio arqueológico que traz marcas da história local, que somados, serviram para embasar o referencial teórico. O estudo também considerou os marcos legais referentes à educação étnico-racial, além de utilizar instrumentos de análise discursiva para a compreensão das narrativas comunitárias, estando sua estrutura organizada em seis artigos. Os resultados indicam que a educação escolar no Quilombo Sítio Araçá, integrada à rede municipal de ensino de Afrânio/PE, tem apresentado avanços significativos, refletidos em indicadores quantitativos, como demonstram os resultados obtidos nas avaliações do SAEPE/SAEB. Contudo, observa-se que a implementação dos princípios orientadores da Educação Escolar Quilombola, estabelecidos pela Resolução nº 08/2012 do CNE/CEB, ainda enfrentam desafios significativos na sua prática. Destaca-se, sobretudo, a fragilidade na oferta de formação continuada específica para os docentes que atuam na referida Unidade de Ensino. Apesar de possuírem formação acadêmica e experiência no território, esses profissionais não tiveram acesso a processos formativos alinhados às Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Escolar Quilombola (DCNEEQ), o que compromete a plena efetivação de práticas pedagógicas culturalmente contextualizadas e sensíveis às especificidades da comunidade quilombola. Como conclusão, evidencia o papel fundamental da educação como instrumento de resistência, de formação identitária e promoção da dignidade humana, destacando o apoio às melhorias educacionais, de modo a formar gerações cada vez mais conscientes de sua inserção na luta comunitária por políticas públicas destinadas aquele espaço do território Afraniense, reconhecendo-se como sujeitos de direitos e deveres, e plenos de cidadania, reafirmando a necessidade de um currículo escolar específico para a realidade quilombola, distinto daquele aplicado nas demais escolas municipais, contemplando as especificidades das DCNEEQ.
- ItemOs saberes populares no viés da Ecologia Humana(2016) Nogueira, Eliane Maria de Souza; Andrade, Maria José Gomes de; Andrade, Wbaneide Martins de; Santos, Carlos Alberto BatistaO semiárido Nordestino é descrito na literatura científica como uma área de clima seco e quente com temperaturas predominantemente altas e solos pouco desenvolvidos em função das condições de escassez das chuvas, e pela ocorrência da vegetação de Caatinga. A Caatinga por sua vez é descrita como um mosaico de arbustos espinhosos e floresta sazonal seca, compondo um ecossistema pobre em espécies e endemismos. Ainda na literatura, encontramos que essa região sofre com secas severas periódicas, que tornam a vida na Caatinga difícil para as populações humanas residentes e determinam mudanças adaptativas na biota da região. De fato, não se podem contestar dados morfo-climáticos, no entanto, os estudos mais recentes tem demonstrado a importância da Caatinga para a conservação da biodiversidade no Brasil, apresentando uma imensa riqueza vegetal e animal já catalogada, além de altos números de endemismo entre os vegetais e alguns grupos animais. As comunidades e povos tradicionais que ai residem, desenvolveram técnicas de adaptação e manejo às condições ambientais da região, construindo um imenso conhecimento dos recursos naturais locais, desenvolvendo diversas interações ao longo do tempo com animais e plantas, expressas nas crenças e atitudes com os outros seres da natureza, construindo um modo de vida peculiar e uma diversidade cultural ímpar. As relações que derivam dessas interações estão presentes em diversas expressões culturais dessas sociedades e se perpetuaram no imaginário coletivo, sendo transmitidas através da oralidade de geração a geração. Esta obra que agora apresentamos a você, caro leitor, atesta esses dados, através dos trabalhos aqui descritos. Partindo dos conceitos da Ecologia Humana, apresentamos as “gentes” desse sertão, a resistência da cultura desses povos em meio a diversidades sociais e religiosas, e uma pequena amostra das interações do homem com os animais locais, expressas em grandes cancioneiros nordestinos. Dessa forma esta obra vem contribuir sobremaneira para a valorização da diversidade biocultural presente no semiárido nordestino, fornecendo subsídios para Ecólogos Humanos, Etnobiólogos, Antropólogos, Etnoecólogos, Cientistas Ambientais, entre outros profissionais, convidando-os a conhecerem e saborearem desses saberes e fazeres do povo sertanejo.