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Navegando Pós-Graduação por Palavras-chave "Autoras negras baianas"
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- ItemA trilha do medo, a trilha da cura: a literatura de horror de autoria negra feminina na Bahia, uma leitura de Jovina Souza e Hildália Fernandes(Universidade do Estado da Bahia, 2023-05-09) Santos, Margarete de Carvalho; Freitas , Ricardo Oliveira de; Samyn, Henrique Marques; Gonçalves, Luciana Sacramento MorenoEsta pesquisa analisa a produção literária contemporânea de horror de autoria negra feminina na Bahia com o objetivo de investigar quais saberes emergem e seus possíveis efeitos psíquicos em um corpo negro, a partir da leitura crítica dos seguintes textos: o conto “Relicário”, da escritora Hildália Fernandes (2015), e o conto “A tumba n. 03”, da poeta Jovina Souza (no prelo). Oriento-me metodologicamente a partir da teoria da epistemologia do romance, idealizada pelo teórico brasileiro Wilton Barroso Filho, e tomo como ponto de partida a pesquisa da teórica afro-americana Kinitra Brooks (2018) sobre a produção de horror de autoria negra feminina na diáspora, para me questionar sobre como as produções baianas se comportam ao trazerem temas sobrenaturais e sombrios aliados à violência racial. Coloco-me aqui enquanto pesquisadora encarnada, nos termos descritos pela antropóloga baiana Suely Messeder (2020), uma vez que meu corpo move e é movido por esta pesquisa, bem como intercruzo as análises das produções com o meu processo de escrita criativa com temática afro-brasileira. Fundamento as análises a partir do conceito de dispositivo de racialidade pensado por Sueli Carneiro (2005) para que possamos entender como o gênero literário do horror, que possui como principal característica provocar medo, pode nos inscrever no signo de morte ou nos retirar dele a fim de nos proporcionar caminhos de cura através da narrativa. Como resultados, apresento quais as possibilidades que as autoras baianas nos apontam para lidarmos com a dor e o medo de forma resiliente a fim de construir um processo de cura: Jovina Souza nos orienta a fazer o letramento racial para pensarmos estratégias de sobrevivência e nos chama a atenção para nossa capacidade cognitiva para lidar com o trauma racial; e Hildália Fernandes nos apresenta o Abèbè enquanto instrumento para resgatarmos aspectos importantes da nossa identidade que podem reverberar na nossa psique. Utilizo o termo cura dentro da abordagem pensada por bell hooks (2023), para se referir a nossa capacidade de construir mapas a fim de lidarmos com as dores oriundas dos traumas raciais. Me aproximo também dos estudos psicanalíticos que articulam racismo e condição mental, a citar a pesquisa de Neusa Santos Souza (1983). Para refletir como o medo e a dor são manipulados enquanto signo, ancoro-me nos estudos de Byung-Chul Han (2021) e para entender a influência da narrativa literária no processo de cura, trago estudos do Walter Clyde W. Ford (1999), e principalmente me apoio no mito de Ananse Ntontan que me oferece a ideia de cura pela contação de história.