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- Item“Vozes mulheres”: histórias e memórias da comunidade quilombola de Alagoinhas – Gentio do Ouro, Bahia.(Universidade do Estado da Bahia, 0023-09-19) Silva, Silvânia Almeida da; Ferreira, Jackson André da Silva; Santos, Joceneide da Cunha; Santos, Polliana Moreno dosA partir das construções narrativas das mulheres da Comunidade Quilombola de Alagoinhas, localizada em Gentio do Ouro, Bahia, objetivou-se compreender como essas mulheres, por meio de suas trajetórias e ações atuaram/atuam protagonizando espaços e discussões, assim como ocorreu a participação destas no processo de reconhecimento da comunidade. Para esse percurso, lançou-se mão da metodologia da História Oral com observação e entrevistas semiestruturadas. A história da comunidade, desde a sua fundação, sempre foi marcada por uma trajetória de lutas e resistência feminina e foi por meio dessas mãos e vozes que esse território veio conquistando o autorreconhecimento, assegurando direitos sociais e empreendendo memórias.
- ItemRepresentações e discursos de quilombo, realidade pluriidentitária: a escola municipal da comunidade de Praia Grande/Ilha de Maré(2020) Oliveira, Noliene Silva de; Lima, Ivaldo Marciano de França; Santos, Cristiane Batista da Silva; Barros, Denise DiasEsta dissertação trata-se de compreender as representações e discursos de quilombo como contexto da realidade pluriidentitária existente em Ilha de Maré através da relação entre a Escola Municipal Ilha de Maré e a comunidade de Praia Grande/Ilha de Maré. Foi possível constituir tal análise quando se identificou as singularidades, enquanto fenômeno sóciohistórico, ao estabelecer as representações e os discursos existentes entre os sujeitos nativos e os educadores da Rede Municipal de Salvador/Bahia. Trago a discussão sobre como os “quilombolas” tomaram para si tal identidade, mostrando aspectos de uma idealização mesclada às questões da luta política, associada a práticas e costumes culturais reforçada pelas intervenções sociais e pedagógicas. E com esse enfoque, o estudo aqui apresentado é fruto de uma pesquisa de abordagem qualitativa de cunho etnográfico tendo como público-alvo: professores, direção escolar e coordenador/a pedagógico/a, setores da Smed e moradores locais. Enquanto resultado da pesquisa é possível assinalar que as identidades culturais e ancestralidade são constructos projetados nas escolas e que a dificuldade da concretização da identidade quilombola na Ilha de Maré resulta do contraste entre o declarado e o vivenciado da identidade, cambiante e plural, dentro ilha. Foram utilizadas análises de documentos oficiais, entrevistas, diálogos informais, vídeos, formulário, além de revisão bibliográfica.
- ItemPovo Tapeba: história da luta pelo reconhecimento étnico e o direito às terras da antiga aldeia de nossa Senhora dos Prazeres de Caucaia(2020) Mesquita, Joaquim Teixeira Pinto de; Guimarães, Francisco Alfredo Morais; Paraíso, Maria Hilda Baqueiro; Santos, Fabrício LyrioAté a década de 1980, a historiografia apontava para a extinção dos povos indígenas no Ceará. Por esse motivo, esta dissertação versa sobre o processo de reafirmação da identidade étnica e a mobilização política do povo Tapeba pelo reconhecimento de seus direitos pelo Estado brasileiro. O objetivo central é analisar como ocorreu o processo de organização e fortalecimento da identidade Tapeba desde o início de 1984, buscando compreender a importância da memória, da oralidade e de práticas culturais na reestruturação política desse povo indígena que, nas décadas de 80 e 90, passou a reivindicar publicamente o reconhecimento de sua identidade e, consequentemente, o direito às terras do antigo aldeamento de Nossa Senhora dos Prazeres de Caucaia
- ItemRepresentações de África na genealogia de Tarzan: estereótipos na ficção que marcam a história(2020-03) Silva, Maria Edneusa Pereira; Acosta-Leyva, Pedro.; Azevedo, Amailton; Malomalo, Bas`lleleEsta pesquisa busca colaborar com o avanço do conhecimento sobre as representações do continente africano e suas consequências para a história. Dividida em cinco capítulos, encadeados numa ordem lógica que compreende sua genealogia, contexto metodológico, viagens, identidade e ecologia. As “origens” do personagem analisa as consequências deste nascimento para o continente africano, o cinema, os europeus, e o colonialismo impresso. Nos aspectos metodológicos, verifica-se que Tarzan está no contexto das representações e das estereotipias elucidadas na biblioteca colonial. A abordagem sobre viagens observa em Tarzan, sua vocação e representação do indescritível da destinarrância que os processos diaspóricos de África carregam em si. Neste estudo verifica-se ainda a alteridade marcada pelas ―identidades‖ estabelecidas e sua contribuição para os interesses capitalistas quando a ecologia é utilizada contra si mesma para satisfazer tais interesses.
- ItemAs cartas como vestígios históricos dos caminhos e andanças da primeira missão jesuítica na América portuguesa colonial (1549-1568)(2020-10-27) Jesus, Hélia Regina Mesquita de; Cancela, Francisco Eduardo Torres; Guimarães, Francisco Alfredo Morais; Paraíso, Maria Hilda BaqueiroO presente trabalho se ocupa de investigar as andanças sacerdotais jesuíticas e as relações estabelecidas com os povos indígenas, no início do Brasil Colônia – a temporalidade compreende os anos entre 1549 à 1568, que é quando ocorreram as missões jesuíticas –, a partir das cartas avulsas dos missionários da Companhia de Jesus. Tem-se como objetivo explorar e apresentar os caminhos executados pelos missionários, deixados nos vestígios históricos das documentações consultadas, para estreitar as relações sociais com os povos indígenas no intuito de “catequizar e salvar almas”, mas que em seus bastidores guardava a intenção de facilitar a empresa colonial. Também, como objetivo final desse trabalho, esforçou-se para evidenciar as resistências e negociações indígenas, assim como de que forma ocorreram tais atuações nativas na lida com as atuações missionárias, além das influências indígenas sobre os colonos e indivíduos de origem européia. Para este estudo, usamos como base teórica as discussões propostas por Manuela Carneiro, Maria Regina Celestino, John Manuel Monteiro, Maria Cristina Pompa, Maria Hilda Baqueiro e Pedro Luis Puntoni. Com o método hermenêutico fizemos a crítica documental interna e externamos as informações mais pertinentes para desvelar as ações indígenas na manutenção de sua cultura. Este trabalho buscou realizar um estudo analisando de quais formas as relações estabelecidas entre os missionários da Companhia de Jesus, colonos e os povos indígenas influenciaram na construção de um sistema de relações políticas, culturais e sociais e na formação de uma sociedade complexa, tal qual a conhecemos e temos hoje. Por fim, conclui-se que os povos indígenas protagonizaram ações individuais e coletivas que demonstraram suas negociações e resistências nas relações estabelecidas com os colonizadores e missionários lusitanos.
- ItemMinerva: a filarmônica e a construção da imagem política do coronel negro Dias Coelho (Morro do Chapéu-Ba) – (1906 – 1919)(2020-11-03) Melo, Emerson da Silva; Sampaio, Moisés de Oliveira; Figueiredo, Joabson Lima; Man, RonenO presente trabalho teve como objeto de análise a construção e consolidação da imagem política do Coronel Francisco Dias Coelho, líder político regional da Chapada Diamantina a partir da filarmônica Minerva, fundada em 1906. Realizamos um estudo desta instituição compreendido entre 1906 a 1919, com o objetivo de analisar a maneira como esta associação musical contribuiu para o enaltecimento de uma figura política. Dialogamos com Peter Burke, no sentido de discutir o processo de construção de uma imagem política. Nessa perspectiva teórica, nos propomos a questionar que tipo de composição da imagem de um grande político é inscrita nas partituras que eram compostas em sua homenagem entre 1906 a 1919 e sugerida à sociedade local. Essa pesquisa procura analisar a construção da imagem política do Coronel Dias Coelho em Morro do Chapéu através da Filarmônica Minerva em meados da primeira República. Sendo assim, acrescentaria a estas projeções, as filarmônicas que através de uma linguagem sonora, melódica e harmônica executavam suas peças musicais, especialmente, os dobrados ao ar livre sempre nas aparições do líder político local.
- ItemRepresentações fílmicas do genocídio em Ruanda (1994)(2020-11-13) Santos, Bruna Tais dos; Seibert, Karl Gerhard; Fonseca, Danilo Ferreira da; Farias, Juliana BarretoNo dia sete de abril de 1994, a população de Ruanda viveu um dos momentos mais trágicos de sua história, o início do genocídio. Durante os cem dias de perseguição e assassinatos contra a minoria Tutsis, como também a qualquer pessoa que se mostrasse benevolente e contrário ao movimento de poder Hutu. Uma forte tensão se instalou no país, chegando a um total de mais 800 mil mortes, entre Tutsis e Hutus moderados. Antes de 1994, desde 1962, o país vivia um período de hostilidade, ocasionado por desentendimento político entre o governo ruandês e, principalmente, a oposição organizada por refugiados Tutsi em Uganda, chamada Frente Patriótica de Ruanda (FPR). Nem mesmo um acordo de paz, realizado em Arusha, em 1993, foi capaz de resolver as tensões entre os partidos, dividindo questões dentro de Ruanda, principalmente sobre o posicionamento do presidente Juvenal Habyarimana. O presidente ruandês foi criticado pelos extremistas Hutus por tentar um acordo que permitisse que o grupo inimigo retornasse e pudesse participar da política no país, que no período ainda era unipartidário. Após o atentado que levou a morte o presidente Habyarimana, a rádio local do país atribuiu o ato ao grupo FPR, desencadeando uma perseguição e assassinatos, inicialmente aos que tinham ligação com o grupo e logo mais uma perseguição a todos os Tutsis e Hutus moderados. Desta forma, a história sobre o genocídio de Ruanda é muito além de uma rivalidade étnica entre Tutsis e Hutus. Como forma de compreender de que maneira os acontecimentos trágicos são mostrados em filmes, as representações fílmicas, o presente trabalho de dissertação aborda o estudo da representação do genocídio de Ruanda em 1994, a maneira como o episódio é abordado, a forma que se constrói a narrativa e como se elucida as questões que desenvolvem o atrito entre esses dois grupos políticos e étnicos, tendo o audiovisual como um contador de história.
- ItemBatukaderas: (re)existência feminina no batuku de cabo verde(2020-11-20) Santos, Denise Assis dos; Leyva, Pedro Acosta; Farias, Juliana Barreto; Andrade, Rutte Tavares CardosoEsta dissertação se constitui como o traçado de uma trajetória por lugares de fala femininos, com a intenção de compreender como o batuku de Cabo Verde pode suscitar análise acerca de preconceitos arraigados e cristalizados a respeito da mulher negra naquela localidade. Assim, formulou-se a seguinte questão norteadora desta pesquisa, motivando o delineamento do percurso desta dissertação: É possível identificar, por meio da tradição das mulheres de Cabo Verde, o batuku como forma de resistência aos ditames da subjugação de uma ideologia falocêntrica e das questões de raça imbricadas naquele contexto? Desta forma, traçou-se como objetivo geral analisar a relevância das mulheres batukaderas como marca identitária de raça e gênero em Cabo Verde como constructo cultural. Como objetivos específicos, identificar as interseccionalidades de gênero e raça em Cabo Verde; destacar a história deste Arquipélago para contextualização da temática em questão e, por fim destacar a ação política da dança e da música como mecanismos de resistência ao longo dos anos. Trata-se de um trabalho de escrita de cunho qualitativo, no qual se utilizou da pesquisa bibliográfica e, como sujeitos da investigação, foram escolhidas mulheres batukaderas cabo-verdianas. Como aporte teórico, o texto se pautou nas pesquisas de Beauvoir (2016), Carreira (2000), Castells (2002), Davis (2013), Dove (1998), Hall (2015), Oyewumi (2017), Ribeiro (2016), Semedo (2008), Scott (1995), entre outros. Neste sentido, foi possível entrever a luta pela afirmação de identidade de um povo na performance de mulheres negras por intermédio da metáfora do batuku, onde se notam na música e na dança traços de resistência cultural e de (re/ des) construção incessante.
- ItemAscensão de duas famílias negras no sertão da Chapada Diamantina (século XIX)(2020-12-31) Dias, Ana Lécia Silva; Silva, Jackson André Ferreira da; Sampaio, Moiseis de Oliveira; Jesus, Paulo César Oliveira deEste trabalho analisa e acompanha trajetórias de mobilidade e ascensão social empreendida por escravos, por homens e mulheres livres, alforriados e descendentes de escravos, que lograram êxito no sertão da Chapada Diamantina, mais precisamente em Morro do Chapéu, além de compreender a composição e importância da família escrava e família negra na sociedade do sertão baiano no século XIX. Para tal investigação, utilizei registros de batismo como fonte principal, acrescidos de registro de casamento, processo-crime, cartas de alforria, além de explorar notas de compra e venda de propriedades. Aposto na ideia de subordinação tanto do escravo, quanto do livre e liberto, no sentido paternalista, que busca proveito nessa servidão, também pontuei os laços de solidariedade e compadrio entre senhores, escravos e agregados. Elenquei casamentos consensuais e legitimados entre livres e escravos, como mecanismo muitas vezes de sobrevivência e oportunidade. Para compreender as estratégias de ascensão econômica e social oportunizadas pelo sistema escravista, segui as trajetórias de duas famílias, sendo uma estruturada por agregados livres, moradores da fazenda Gurgalha, composta por Simão e Ezalta Dias Coelho e a outra estruturada por liberto e escrava, parte dela, oriunda da áfrica, que conseguiu liberdade, bens, entre eles, escravos, refirome a José Gomes da Silva e Andrezza Maria do Espirito Santo.
- ItemAscensão de duas famílias negras no sertão da Chapada Diamantina (século XIX)(UNEB, 2020-12-31) Dias, Ana Lécia Silva; Ferreira, Jackson André da Silva; Sampaio, Moiseis de Oliveira; Jesus, Paulo César OliveiraEste trabalho analisa e acompanha trajetórias de mobilidade e ascensão social empreendida por escravos, por homens e mulheres livres, alforriados e descendentes de escravos, que lograram êxito no sertão da Chapada Diamantina, mais precisamente em Morro do Chapéu, além de compreender a composição e importância da família escrava e família negra na sociedade do sertão baiano no século XIX. Para tal investigação, utilizei registros de batismo como fonte principal, acrescidos de registro de casamento, processo-crime, cartas de alforria, além de explorar notas de compra e venda de propriedades. Aposto na ideia de subordinação tanto do escravo, quanto do livre e liberto, no sentido paternalista, que busca proveito nessa servidão, também pontuei os laços de solidariedade e compadrio entre senhores, escravos e agregados. Elenquei casamentos consensuais e legitimados entre livres e escravos, como mecanismo muitas vezes de sobrevivência e oportunidade. Para compreender as estratégias de ascensão econômica e social oportunizadas pelo sistema escravista, segui as trajetórias de duas famílias, sendo uma estruturada por agregados livres, moradores da fazenda Gurgalha, composta por Simão e Ezalta Dias Coelho e a outra estruturada por liberto e escrava, parte dela, oriunda da áfrica, que conseguiu liberdade, bens, entre eles, escravos, refiro-me a José Gomes da Silva e Andrezza Maria do Espirito Santo.
- ItemDe escravizados à sujeitos de direito: o acesso à justiça de escravizados(as) na Bahia oitocentista (1860 à 1888)(2021) Pinho, Dandara Amazzi Lucas; Sampaio, Moises de Oliveira; Sá, Gabriela; Félix, UrbanoA presente pesquisa tem como principal objetivo investigar de que modo se constituía o acesso à justiça dos escravizados na Bahia oitocentista. Sendo assim, a perspectiva que este trabalho propõe é a de compreender o Direito como um espaço de discussão e apropriação, verificando-se como os atores sociais do período imperial faziam uso desse sistema. A partir da revisão de bibliografia, passa a explorar a evolução jurídico-legislativa e a forma como o ordenamento jurídico se estruturava do período colonial ao fim do Império, no tocante ao Estado brasileiro. Estabelecido esse contexto, coteja-se como o instituto da escravidão se encaixava nessa dinâmica e de que maneira os escravizados eram tratados pela esfera jurídica. No primeiro momentoserá abordado os contornos da escravidão na América Latina em comparação com a política escravagista de outros países, no tópico seguinte, serão apresentados alguns apontamentos acerca da vida dos negros libertos após a abolição da escravatura. Por sua vez, o terceiro tópico discorrerá acerca de pontos de contato entre a Independência do Brasil e o Comércio Escravocrata, um tópico importante que ajudará a compreender a influência da Inglaterra em torno da questão do tráfico atlântico devido à sua pressão diplomática. Em seguida serão expostas as contradições da Constituição de 1824 em relação à política escravagista, levando em consideração que foram os ventos liberais de “Liberdade, Igualdade e Fraternidade” que levaram à Independência do Brasil em relação ao Reino de Portugal. Aqui o estudo entra em seu segundo estágio, ensejo em que começam a ser abordados os principais projetos de lei que dizem respeito ao tráfico negreiro e a condição do negro em situação de escravidão no país, o que se defende que seja de fundamental importância para identificar as características e objetivos da Lei Feijó e da Lei Eusébio de Queiroz. E por fim discorrerá acerca do Estatuto Civil do Escravo será analisada mais a fundo a condição do negro perante o ordenamento jurídico brasileiro e em que medida ele possuía acesso a Justiça no período oitocentista.
- ItemO quente”: construção, perfil e lutas do sindoméstico - Bahia paraa conquista de direitos trabalhistas (1990 - 2013)(2021) Santos, Maria Heloísa Lima dos; Santos, Joceneide Cunha dos; Ferreira, Maria Cláudia Cardoso; Damasceno, José Jorge AndradeEste trabalho tem o objetivo de analisar a trajetória de constituição e luta do Sindoméstico/BA para compreender como se configurou a luta política sindical na Bahia, bem como, traçar o perfil das trabalhadoras domésticas sindicalizadas, aferindo sobre o envolvimento do sindicato com os movimentos sociais (negros e de mulheres), políticos e sindicais na luta pelo reconhecimento profissional, mediante conquista de direitos trabalhistas. Esta análise está situada na história da perspectiva do sujeito histórico: Sindoméstico/BA e sua principal liderança, Creuza Maria Oliveira. Quanto à sua abordagem, está situado no campo da história política sindical e utiliza-se da pesquisa documental e pesquisa bibliográfica enquanto método de pesquisa qualitativa. Partimos aqui das fontes dos jornais impressos do acervo do Sindoméstico/BA; dos boletins informativos de produção da própria instituição e das fichas de filiação desde o momento inicial de constituição em 1990 a 2013, ano da promulgação da Emenda Constitucional Nº 72 de 2 de abril de 2013, conhecida como PEC Das Domésticas.
- ItemO ensino de história e cultura afro-brasileira e africana e a Lei 10.639/03: desafios, saberes e perspectivas(2021-09-14) Jácome, Eliud Pereira de Souza; Figueiredo, Joabson de Lima; Sampaio, Moisés de Oliveira; Teixeira, Átila Silva ArrudaA Lei 10.639/2003, fruto de reivindicações do Movimento Social Negro ao longo da década de 90, institui a obrigatoriedade da Temática História e Cultura Afro-brasileira e Africana na Educação Básica, designando a reformulação do currículo educacional brasileiro e determina às instituições a inserção de conteúdos sobre a História da África e do negro no contexto de formação da identidade nacional, com a intenção de resgatar sua contribuição na área social, econômica e cultural, como estratégia para diminuir a discriminação racial. A lei 10.639/03 é assim, uma importante política de reparação, reconhecimento e valorização do legado africano e afro-brasileiro na educação. Diante disso, a presente Dissertação de mestrado tem como objetivo refletir sobre o ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana e sua relação teórico-prática com a lei 10.639/2003, através dos saberes que sustentam a prática docente e os desafios de efetivação do referido ensino, além de apresentar proposições metodológicas à prática pedagógica nas disciplinas de História e Língua Portuguesa do ensino fundamental. Com uma abordagem qualitativa, a análise dos dados foi realizada por meio de questionários aplicados aos professores da Escola Municipal Clarice Nunes da Gama, situada na cidade de São Gabriel-Bahia. Os resultados obtidos com esse trabalho, demonstram que existe a necessidade de refletir no meio educacional sobre a questão racial no Brasil, revisitando os fatos históricos e concepções teóricas que influenciaram na construção de um imaginário racista, ressaltando os conceitos de racismo, mestiçagem, cultura, identidade e demais que podem ser utilizados como artifícios de mudança em relação a ideologia eurocêntrica condutora de pensamentos e ações contra os negros e a cultura afro-brasileira. Dentre os fatores que dificultam a implantação da lei, constatados pela pesquisa, podem ser citados a inexistência de materiais didáticos sobre o tema, a falta de fiscalização e cobrança do ensino dos conteúdos, a falta de formação dos profissionais para o trabalho com a temática, a dificuldade de lidar com práticas pedagógicas antirracistas, o reconhecimento da discriminação no espaço escolar, entre outros.
- Item“O que é um candomblé? O aruchachâ, que relampuê, minha Santa Barbara há de me valê”: repressão à cultura afro-brasileira em Salvador nas primeiras décadas do século xx(2021-12-09) Barbosa, Henrique dos Santos; Soares, Cecilia Conceição Moreira; Santos, Cristiane Batista da Silva; Cunha, Marcelo Nascimento BernardoO presente trabalho tem como objetivo analisar os discursos contidos em notícias de jornais que circularam na cidade de Salvador nas três primeiras décadas do século XX e trataram da repressão cultural e religiosa afro-brasileiras. Esses discursos sobre as práticas dos negros, no Brasil, são dotados de invisibilidade ou de desconhecimento. Quando se nega a cultura e referência religiosa de um povo, logo se negam espaços, costumes e a pluralidade de outros contextos para o país, onde a sua riqueza está, também, na diversidade. Essas representações, segundo o filósofo Appiah, são um erro e não se efetivam enquanto prática, visto que essas pessoas não se veem do modo como são representadas. Tais discursos jornalísticos serviram de base para deturpar, causar embate e acirrar as relações entre negros e brancos. O que percebemos quando confrontamos os textos jornalísticos com análises discursivas e as práticas histórico-discursivas e físicas da população após a ampla divulgação de tais textos. Desta forma, buscamos identificar nas entrelinhas destas narrativas as construções de uma ideia negativa sobre as culturas que representassem o negro e, tentar entender como isso, fortaleceu o pensamento de exclusão social dos hábitos que simbolizassem a população negra na cidade. Estes discursos, além de alimentar a insatisfação da sociedade letrada aos costumes que referenciassem o cotidiano dos negros, mestiços e afrodescendentes nas ruas da cidade, colaboraram também, com a perseguição policial as práticas relacionadas às pessoas pertencentes às religiões de matrizes africanas principalmente, no que tange ao uso dos instrumentos percussivos e cânticos que ressoavam das cerimônias, o depósito de oferendas nas regiões centrais da cidade, os métodos de cura exercitados por pessoas que detinham o conhecimento das ervas e infusões utilizadas no tratamento dos males corporais e/ou espirituais, incentivando ainda um combate eficaz do poder público contra estas práticas. Com isso, analisamos as influências que as teorias raciais provocaram na construção de um ideal civilista que tentou excluir das regiões centrais da cidade as posturas ligadas à população negra. Este pensamento de desenvolvimento social e urbanístico foi alimentado pelas ideias de civilidade que ao buscar embasamento nos discursos higienistas e sanitaristas, escamoteavam práticas desumanas sob o discurso de restruturação da cidade, e também, exigir mudanças nas posturas das pessoas. Estes ideais tiveram maior apoio no primeiro governo de J.J. Seabra, iniciado no ano de 1912 e finalizado em 1916, perpassando pelos governos sucessores no período republicano na Bahia. De acordo com o contexto da Salvador das três primeiras décadas do século XX e tomando como ponto de partida a cobertura da imprensa, tais como, A Tarde, Imparcial, Diário da Bahia, A Manhã, jornal A Hora, O Combate, Estado da Bahia, há diferentes casos de perseguição ao candomblé e aos costumes afro-brasileiros nas ruas da cidade. Portanto, esta pesquisa se propõe a entender como se efetivaram as ações policiais após os discursos da imprensa e dos governantes contra os terreiros e hábitos sociais, vistos pela elite, como incondizentes com os princípios civilizatórios da época, observando quais os critérios e/ou categorias foram empregadas para justificar a perseguição a determinadas práticas.
- ItemAncestralidades, memórias e sociabilidades na comunidade quilombola do maracujá, Conceição do Coité - Ba (1870 - 1950)(2021-12-17) Cedraz, Ana Cláudia do Carmo; Santos, Joceneide Conceição Cunha; Santos, Cristiane Batista da Silva; Oliveira, Iris VerenaO presente estudo tem como objetivo rastrear trajetórias de vida de escravizados, libertos e seus descendentes entre as duas décadas que antecederam a abolição, em 1888, e a primeira metade do século XX no território que atualmente é reconhecido como comunidade quilombola do Maracujá. A intenção foi analisar as relações sociais e de família, os vínculos de trabalho, de compadrio e a religiosidade da atual comunidade quilombola. Para isso, utilizamos fontes históricas diversas, documentos oficiais, registros cartoriais e eclesiásticos, relatórios de Presidentes da Província, censo de 1882, jornais da época, depoimentos orais, entre outras fontes. A história oral possibilitou a inserção nas memórias, nas experiências vividas. Estas fontes nos legaram informações importantes sobre a última geração de homens e mulheres escravizados na Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Coité, como viviam, como conseguiram sua alforria, e as estratégias usadas para circular na sociedade escravista nas últimas décadas da escravidão. Em posse dessas informações seguimos as trilhas dos descendentes de escravizados e libertos que escolheram a comunidade quilombola do Maracujá para residir e constituir suas famílias. As memórias também possibilitaram reconstruir algumas práticas religiosas e as festas em homenagem aos santos, caboclos e orixás que ocorriam neste perímetro quilombola.
- ItemSerão negras as professoras de educação infantil municipal de Salvador? Quando o silêncio é a resposta(Universidade do Estado da Bahia, 2021-12-21) Pinheiro, Carla Santos; Silva, José Carlos de Araújo; Franco, Nanci Helena Rebouças; Ferreira, Carlos Augusto LimaA presente pesquisa tem por objetivo analisar as autodeclarações de cor/raça das professoras de Educação Infantil atuantes na Prefeitura Municipal de Salvador, no período de 2017 a 2019 de acordo com o Censo Escolar da Educação Básica. Apresenta a trajetória da autora em articulação com pesquisas que informam sobre a manifestação do silêncio, sobretudo no ambiente escolar, como argumento para reflexão acerca de como os conflitos podem repercutir tanto nas identidades quanto nas jornadas de vida dos sujeitos. Na perspectiva de contribuir para a discussão sobre a classificação racial propõe uma reflexão sobre as categorias de identificação étnico racial nos recenseamentos demográficos brasileiros. Reconhece o mito da democracia racial como desdobramento da eugenia positiva no Brasil, uma formulação teórica elaborada em decorrência da miscigenação brasileira com vistas ao embranquecimento da nação. Lastreada na ‘cultura do silêncio’, compreende os dados de autodeclaração étnico-racial das professoras investigadas como manifestação do racismo brasileiro que se consolida através da deslegitimação por meio de diferentes expedientes dos corpos e das vozes dos sujeitos que não se adequam ao modelo de humanidade imposto pela tese da ‘boa geração’. Considera que o sistema de classificação racial oficial brasileiro é caracterizado por incongruências, fruto de uma estrutura estigmatizante, que interfere nos direcionamentos quanto à identificação étnico-racial de cidadãs e cidadãos resultando em dados estatísticos que evidenciam um “retrato” da sociedade brasileira, especialmente, nesse caso, da docência da Educação Infantil, que tem por marca a não consciência e/ou o silenciamento quanto à pertença étnico-racial.
- ItemMemórias e tradições orais da comunidade quilombola do Monte Recôncavo(2022) Andrade, Thaís Oliveira; Sampaio, Moisés de Oliveira; Miranda, Helga Porto de; Cunha, Rúbia MaraA presente pesquisa buscou valorizar as narrativas e tradições orais, como elementos propositivos para a construção e manutenção da memória coletiva da Comunidade Quilombola do Monte Recôncavo. Procurou promover e dar visibilidade as narrativas contadas pelos moradores da comunidade, para assim, conhecer a história do lugar. Partimos da premissa que os saberes e fazeres produzidos e perpassados nas comunidades quilombolas são transmitidos oralmente de geração em geração, por isso, muitas vezes, os saberes científicos não embasam todas as práticas desenvolvidas nestas comunidades. Então, a questão da pesquisa inquiriu: Qual a substancialidade em preservar as memórias e tradições orais para a conservação e valorização da Comunidade Quilombola do Monte Recôncavo? O objetivo geral intentou analisar como as memórias e as tradições orais foram substanciais para o processo de formação da Comunidade Quilombola do Monte Recôncavo. Visando possibilitar a delineação de uma linha histórica, estabelecemos os objetivos específicos: 1) Descrever a história formacional da Comunidade Quilombola do Monte Recôncavo datando o ano de 2007, e, seus desdobramentos nos dias atuais; 2) Investigar como o processo de escravidão marcou a memória dos moradores da Comunidade Quilombola do Monte Recôncavo; 3) Verificar as transformações vivenciadas pela comunidade através do resgate de elementos históricos e depoimentos de fontes orais. Para reflexionar sobre tais questões, embasamos a pesquisa nos estudos de autores que dialogam sobre as temáticas como: Moura (2020), Mattos (2012), Arruti (2008), Almeida (2011), Munanga (2009), Fraga (2014), Costa e Filho (2014), Dias (2015), Dealdina (2020), dentre outros. No que cerne a trajetória metodológica, optamos pela pesquisa qualitativa por caracterizar aspectos que contemple um percurso subjetivo, não havendo a necessidade de quantificar dados, seguimos a abordagem interdisciplinar da História Cultural, associado a ela utilizamos a História Oral. Os métodos etnográficos e autobiográficos foram escolhidos para atender aos objetivos da pesquisa. Os sujeitos da pesquisa foram os moradores da comunidade, dos mais antigos aos que estão em dinâmica de evolução junto ao grupo, além daqueles que valorizam os saberes da comunidade quilombola como um bem histórico e cultural. Por fim, possibilitar que os moradores exponham suas percepções, por meio da subjetividade é reconhecer que suas contribuições agregam para a desconstrução de histórias que foram contadas, colocando os grupos minoritários no lugar de invisíveis. As memórias e lembranças de um grupo social precisam ser concebidas como documentos históricos tão quão são valorizados os documentos escritos, pois representam e promovem outras versões da história do lugar que, especificadamente, no caso dos grupos negros, foram descritos e colocados, em geral, a margem da história e da sociedade.
- ItemDos sons às falas o legado dos sambas rurais nos sertões baianos(2022-03-28) Lima, Laécio Almeida; Döring, Katharina; Vieira Filho, Raphael Rodrigues; Souza, Luan Sodré deEsta dissertação apresenta a pesquisa de mestrado Dos Sons às Falas: O legado dos Sambas rurais nos Sertões baianos, realizada pelo educador e músico Laécio Almeida Lima, sob a orientação da professora Drª. Katharina Döring. Meu questionamento inicial partiu das necessidades e potencialidades pedagógico-musicais a partir das musicalidades negras brasileiras, atendendo as seguintes leis: Lei 11.645/2008 – ensino obrigatório da história e cultura afro-brasileira e indígena e Lei 11.769/08, que determina o ensino obrigatório da música no Ensino Básico. O projeto de pesquisa foi se transformando para um estudo de uma parte dos sambas rurais na Bahia, na região do Piemonte da Chapada Diamantina, indagando a presença, tradição e memória oral das musicalidades negras e caboclas nas zonas rurais da Bahia, pouco tematizadas enquanto musicalidades negras. Os procedimentos metodológicos perpassam a pesquisa bibliográfica e a pesquisa qualitativa de campo, pautada nos pressupostos teóricos da pesquisa-ação com entrevistas presenciais e virtuais e com apreciação de centenas de arquivos de áudios, vídeos, imagens e textos, contendo obras e performances de grupos apresentando sambas com chulas, batuques, reisados, bumba-meu-boi entre outras tradições cênico-poético-musicais produzidos e compartilhados por sambadores da região centro-norte da Bahia, do Semiárido, da Caatinga e dos Sertões. Apesar das limitações impostas pela pandemia do COVID-19, para obtenção, arquivamento e interpretação dos dados, consegui aprofundar a observação participativa, a entrevista semiestruturada, a análise documental e de conteúdo. Muitos autores dos campos interdisciplinares dos estudos culturais, históricos e musicais, além de diversas pesquisas no âmbito da cultura popular e sua relevância para a construção das identidades, construções simbólicas, histórico-sociais e práticas pedagógicas, contribuíram para a construção da pesquisa e do texto final, que pode servir para reelaboração de propostas pedagógicas e projetos políticos-pedagógicos de várias regiões, principalmente nas rurais, visando a implementação das Leis 11.645/08 e 11.769/08
- ItemEspaço denegrido, corpos pretos e lugar de ancestralidade: estudo afroperspectivo sobre a rua do Curuzu no bairro da Liberdade, Salvador – Bahia(2022-04-11) Silva, Denis Harmony Santos da; Soares, Cecília Conceição Moreira; Cunha, Marcelo Nascimento Bernardo da; Vieira Filho, Raphael RodriguesEsta pesquisa situa-se no campo da História Social, em dialogicidade com a Etnohistória afroperspectivista e pautada numa abordagem multirreferencial dos conhecimentos sociais e das ciências humanas, como a Antropologia, Geografia e Filosofia, na tentativa de formular uma leitura a respeito dos elementos ancestrais e de ancestralidades a partir do olhar transvisto e decolonial acerca dos espaços enegrecidos e dos corpos pretos. Neste sentido, o estudo tem por objetivo analisar a ancestralidade africana e afrodiaspórica na Rua do Curuzu a partir da formação identitária e de negritude de seus moradores em conformidade com os espaços dos terreiros de candomblés do bairro da Liberdade. Sob esta ótica, a pesquisa propõe reconhecer o espaço geográfico enquanto lugar, ou seja, espaço de pertencimento, vivência e afetividade dos corpos pretos em movimentos na construção do entendimento a respeito da territorialidade ancestral e de ancestralidade. Nota-se que o espaço-territorial de investigação escolhido foi a Rua do Curuzu, localizado na grande comunidade do bairro da Liberdade, na Cidade de Salvador, no Estado da Bahia; optou-se também em observar os terreiros de candomblés Acè Jitolu e Vodun Zó, ambos localizados na Rua do Curuzu e correspondente a identidade coletiva Jeje Savalú. Além disso, foram coletados relatos orais dos moradores e ex-moradores das localidades, através de entrevistas semiestruturais, para análise da discussão. Buscar-se-á, com isso, reconhecer os sentidos e significados da ancestralidade afrodiaspórica e afro-religiosa presente no bairro a partir do cotidiano e vivencial de seus moradores.
- Item“O que é um candomblé? O Aruchachâ, que Relampuê, minha Santa Barbara há de me valê”: repressão à cultura afro-brasileira em Salvador nas primeiras décadas do século XX(2022-06-09) Barbosa, Henrique dos Santos; Soares, Cecilia Conceição de Moreira; Santos, Cristiane Batista da Silva; Cunha, Marcelo Nascimento Bernardo daO presente trabalho tem como objetivo analisar os discursos contidos em notícias de jornais que circularam na cidade de Salvador nas três primeiras décadas do século XX e trataram da repressão cultural e religiosa afro-brasileiras. Esses discursos sobre as práticas dos negros, no Brasil, são dotados de invisibilidade ou de desconhecimento. Quando se nega a cultura e referência religiosa de um povo, logo se negam espaços, costumes e a pluralidade de outros contextos para o país, onde a sua riqueza está, também, na diversidade. Essas representações, segundo o filósofo Appiah, são um erro e não se efetivam enquanto prática, visto que essas pessoas não se veem do modo como são representadas. Tais discursos jornalísticos serviram de base para deturpar, causar embate e acirrar as relações entre negros e brancos. O que percebemos quando confrontamos os textos jornalísticos com análises discursivas e as práticas histórico-discursivas e físicas da população após a ampla divulgação de tais textos. Desta forma, buscamosidentificar nas entrelinhas destas narrativas as construções de uma ideia negativa sobre as culturas que representassem o negro e, tentar entender como isso, fortaleceu o pensamento de exclusão social dos hábitos que simbolizassem a população negra na cidade. Estes discursos, além de alimentar a insatisfação da sociedade letrada aos costumes que referenciassem o cotidiano dos negros, mestiços e afrodescendentes nas ruas da cidade, colaboraram também, com a perseguição policial as práticas relacionadas às pessoas pertencentes às religiões de matrizes africanas principalmente, no que tange ao uso dos instrumentos percussivos e cânticos que ressoavam das cerimônias, o depósito de oferendas nas regiões centrais da cidade, os métodos de cura exercitados por pessoas que detinham o conhecimento das ervas e infusões utilizadas no tratamento dos males corporais e/ou espirituais, incentivando ainda um combate eficaz do poder público contra estas práticas. Com isso, analisamos as influências que as teorias raciais provocaram na construção de um ideal civilista que tentou excluir das regiões centrais da cidade as posturas ligadas à população negra. Este pensamento de desenvolvimento social e urbanístico foi alimentado pelas ideias de civilidade que ao buscar embasamento nos discursos higienistas e sanitaristas, escamoteavam práticas desumanas sob o discurso de restruturação da cidade, e também, exigir mudanças nas posturas das pessoas. Estes ideais tiveram maior apoio no primeiro governo de J.J. Seabra, iniciado no ano de 1912 e finalizado em 1916, perpassando pelos governos sucessores no período republicano na Bahia. De acordo com o contexto da Salvador das três primeiras décadas do século XX e tomando como ponto de partida a cobertura da imprensa, tais como, A Tarde, Imparcial,Diário da Bahia, A Manhã, jornal A Hora, O Combate, Estado da Bahia, há diferentes casos de perseguição ao candomblé e aos costumes afro-brasileiros nas ruas da cidade. Portanto, esta pesquisa se propõe a entender como se efetivaram as ações policiais após os discursos da imprensa e dos governantes contra osterreiros e hábitossociais, vistos pela elite, como incondizentes com os princípios civilizatórios da época, observando quais os critérios e/ou categorias foram empregadas para justificar a perseguição a determinadas práticas, buscando ancorar-se nos ensinamentos e pressupostos da História Social, pois, esta abordagem metodológica permitirá que este trabalho estabeleça um dialogo interdisciplinar que será importante para a construção desta dissertação.
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