Navegando por Autor "Santos, Osmar Moreira dos"
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- ItemArquivos, testemunhos e pobreza no Brasil(2016-11) Santos, Osmar Moreira dosTrata-se de uma coletânea de artigos sobre a questão do arquivo e sua relação com os testemunhos e pobreza no Brasil, articulada de várias perspectivas e por pesquisadores do Programa de Pós-graduação em Estudos Literários da UFMG e do Programa de Pós-graduação em Crítica Cultural da UNEB, além de alguns pesquisadores convidados. O objetivo principal desta coletânea é interrogar, teórica e metodologicamente, sobre o sentido e funcionamento do arquivo pós-virada arquivística, de final dos anos de 1990, num contexto em que tanto o Estado quanto o capital podem utilizá-los (os arquivos) como dispositivo de controle, bem como, e com outra função, os pobres ou os despejados de sua língua, cultura, território, podem utilizá-los (os arquivos) como forma de resistência e dispositivo de criação estético-política. Espera-se com esta obra não apenas abrir novos ângulos de pesquisa sobre o arquivo para o campo linguístico-literário, mas colocar a Universidade do Estado da Bahia, através de seus centros de pesquisa e de documentação, em condições de propor novos diálogos e intercâmbios com outras instituições no Brasil e no exterior.
- ItemArtistas baianas em diálogo: o trabalho do signo e do si em Ana Fraga e Geisa Lima(Universidade do Estado da Bahia, 2019-06-07) Santos, Geisa Lima dos; Santos, Osmar Moreira dos; Pereira, Áurea da Silva; Ribeiro, Ana Valécia AraújoA presente dissertação trata-se de um texto-mapa que fala sobre as obras A Mesa Posta, de Ana Fraga, e As 7 Vidas de Kassandra, de minha autoria, como lugares de resistência, pois perpassam pelo campo da arte, da política e da crítica cultural e insuflam microrrevoluções dentro do espaço artístico e em nossas vidas. Os caminhos metodológicos se conectam às ideias de Deleuze (1999), Guattari (1995), Rolnik (1996), Rago (2010), Foucault (2006), Moreira (2002), dentre outros. Observa-se que as poéticas visuais de Ana Fraga e as minhas criam caminhos de constituição de si, escrita de si, performance de si, ao passo que arrastam os signos instituídos e provocam outras maneiras de realizar o contato e a ação com os corpos, com os nossos desejos, com o mundo e também com nossa capacidade criativa. As obras são instalações criadas por meio da performance e do trabalho sobre nossos corpos e estimulam a reflexão sobre o contexto de violências vinculadas à mulher. A pesquisa se coloca então, como uma leitura realizada sobre os discursos e signos criados por meio das obras, escancarando as relações de poder e de saber, as quais se inserem sobre a imagem e o corpo da mulher. Escolher o trabalho com o signo e o si foi justamente à tentativa de expressar que, por meio da relação de si para com a gente mesma, nós, artistas, estamos acima de tudo afrontando o poder a fim de criar, no plano social, modos de vida mais livres e múltiplos
- ItemDevir negro: por democracia e cidadania cultural do Brasil(2016-12) Lima, Maria Nazaré Mota de; Santos, Osmar Moreira dosTrata-se de uma reflexão sobre a problemática do negro no Brasil atual em que se aponta a necessidade de nos posicionarmos contra o retorno da “Casa Grande/Senzala” e suas violências simbólicas, jurídicas, sociais e econômico-políticas. A partir das recentes conquistas sociais, educacionais, políticas e culturais, num Brasil democrático, em que se exercitou a passagem de um povo escravizado para uma multidão, cada vez mais livre, a imagem do devir negro, neste livro, além de traçar as linhas de um processo de subjetivação forte, aponta, ainda, para uma efetiva ocupação, nossa, do Estado como uma instituição de direito público e não, ao contrário, como instituição policial e de exceção. Além da crítica das representações, do racismo e do epistemicídio, precisamos, urgentemente, reinventar as instituições.
- ItemEscrituras de “índio”: modos estéticopolíticos de combater e superar as ordens de despejo(Universidade do Estado da Bahia, 2019-06-03) Pinto, Juliene Cristian Silva; Santos, Osmar Moreira dos; Lima, Maria Nazaré Mota deUm dos ganhos do Movimento Indígena nos anos 1970 foi a consolidação de um ativismo específico, nas malhas do Brasil (BANIWA, 2006). Por meio dele, os indígenas puderam articular uma mobilização estético-política aguerrida, cujas bases perpassam a destruição da história única. Tomando as dimensões histórico-culturais e sociopolíticas desse fio condutor, o estudo trata de uma interpretação teórico-crítica, que discute os elementos epistemológicos da elaboração do indígena brasileiro formulados pelas políticas indigenista e indianista, lançando luzes sob a política indígena, que busca reconfigurar o imaginário coletivo e subverter a naturalização das narrativas logocêntricas (MUNDURUKU, 1999, 2000, 2004; 2006, 2008, 2010, 2012; POTIGUARA 2004; JEKUPÉ, 2003). No plano do método, o corpus considerou o mapa dos rastros da cobiça do Estado brasileiro, de caráter catequizador e integracionalista, petrificados numa tradição política composta pelas ordens de despejo linguístico, cultural, territorial e ontológico (VIVEIROS DE CASTRO, 2002; COELHO, 2006). Ao fazer isso, os dados evidenciam uma avaliação da política indianista enveredada pelo discurso de acomodação aos destinos fictício, utópico, apocalíptico e invisível, adentrando nas linhas de fuga e reversão operacionadas pelos modernistas. Os seus desdobramentos compreendem a nova história indígena, que envolve a questão da autoria e do protagonismo, aqui, (re) pensada sob os termos do substrato político pedagógico e do debate intercultural aberto nos anos 1980-1990. Essa leitura aponta que a política indigenista, em grande medida, pôs em prática as referidas ordens de despejo para a extinção física e simbólica dos povos indígenas, e nos interstícios deixou escapar a autoria (CUNHA; VIVEIROS DE CASTRO, 1985; CLASTRES, 1978). Esvazia-se, portanto, o discurso falacioso de invisibilidade e silenciamento, fomentado, inclusive, pela política indianista, de cunho romântico e Pré-Modernista que deu seguimento à barbárie. Para além disto, contribui com o acervo de produções de temática indígena para o Laboratório de Edição Fábrica de Letras no Programa de Crítica Cultural, e, na formação continuada de estudantes e professores, como um chamariz que realça o discurso contra -hegemônico ao revisitar a história indígena e reconhecer formas de ação dos próprios sujeitos a fim de fazer circular a criatividade e a memória ancestral frente ao discurso único que os invade.
- ItemO estranho e a (des) naturalização da opressão em Antonio Carlos Viana(Universidade do Estado da Bahia, ) Almeida, Daisy Souza de; Gomes, Carlos Magno; Santos, Osmar Moreira dos; Martins, Georgina da CostaTendo em vista que os processos simbólicos que naturalizam ambientes opressivos e sentidos negativos para certas categorias sociais perpassam pela linguagem, este estudo investiga se a repetição dos sentidos opressivos imprimidos no estranho na obra de Antonio Carlos Viana é um auxílio nos processos de naturalização da opressão ou se esta repetição pode desferir cortes às séries de dominação. As teorias de Zygmunt Bauman e de Sigmund Freud em torno do estranho e as teorias marxistas em torno do fetiche da mercadoria são valiosas para observar as variadas concepções de estranho e as suas relações com a linguagem. As teorias de Giorgio Agamben subsidiam o questionamento ao pertencimento e às essências forjadas para o homem, além de oferecer alternativas para o descentramento das redes de dominação. Através de uma abordagem híbrida, conforme Carlos Magno Gomes, em que serão igualmente elencadas as perspectivas teóricas de Osmar Moreira, o instrumento utilizado para esta leitura é a Crítica Cultural, pois ela parte de um princípio contra-¬hegemônico, possibilitando o desmonte dos sentidos discriminatórios atribuídos às categorias minoritárias. Como corpus desta pesquisa destacamos seis contos: “Nadinha”, “Meu Tio Tão Só”, “Herança” e “Vá, Deralda” presentes na obra O Meio do Mundo e Outros Contos (1999); “Barba de Arame” e “Duas coxinhas e um guaraná”, presentes nas obras Aberto Está o Inferno (2004) e Cine Privê (2009), respectivamente. Concluímos que a opressão se consolida através da linguagem e a literatura vianiana é uma grande aliada na desnaturalização da opressão. Assim, esta pesquisa contribui para a destruição de conceitos transcendentais e viabiliza a percepção da literatura como uma ferramenta de combate aos discursos opressivos.
- ItemPrimeiros passos de um crítico cultural(2016-01) Santos, Osmar Moreira dosTrata-se de uma releitura de alguns textos meus produzidos entre 1992 e 2001 com a intenção de avaliar o lugar da literatura enquanto objeto de pesquisa e os valores críticos, teóricos e metodológicos pós-modernistas que serviram de base para essa produção. Partindo de um princípio subalterno radical de que além da horizontalização dos saberes e poderes, é preciso, também, colecionar as ruínas, nesse caso, da prática acadêmico-literária, para se empreender outro roteiro para os estudos linguísticos e literários enquanto atividade crítico-cultural, essa releitura de textos antigos trouxe alguns resultados: a) que a imagem mais desconstrutora do fenômeno literário é a prática de produção de sentidos entre uma comunidade de iletrados ou analfabetos; b) que a crítica cultural, em lugar da teoria literária, para além de pós-modernos e pós-estruturalistas, coloca-nos em condição de levar ao limite o campo literário – obras, teorias, críticas e historiografias – para fazer emergir outra fulguração epistemológica. Em suma, para não perdermos as conquistas linguístico-literárias disseminadas há um século na prática científica, das ciências humanas à matemática semiológica, ou encravadas na ortodoxia refratária aos trânsitos e trocas de saberes e poderes, é preciso abrir mão da literatura e apenas praticá-la como uma estética da existência.