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Navegando Pós-Graduação por Autor "Barbosa, Henrique dos Santos"
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- Item“O que é um candomblé? O Aruchachâ, que Relampuê, minha Santa Barbara há de me valê”: repressão à cultura afro-brasileira em Salvador nas primeiras décadas do século XX(2022-06-09) Barbosa, Henrique dos Santos; Soares, Cecilia Conceição de Moreira; Santos, Cristiane Batista da Silva; Cunha, Marcelo Nascimento Bernardo daO presente trabalho tem como objetivo analisar os discursos contidos em notícias de jornais que circularam na cidade de Salvador nas três primeiras décadas do século XX e trataram da repressão cultural e religiosa afro-brasileiras. Esses discursos sobre as práticas dos negros, no Brasil, são dotados de invisibilidade ou de desconhecimento. Quando se nega a cultura e referência religiosa de um povo, logo se negam espaços, costumes e a pluralidade de outros contextos para o país, onde a sua riqueza está, também, na diversidade. Essas representações, segundo o filósofo Appiah, são um erro e não se efetivam enquanto prática, visto que essas pessoas não se veem do modo como são representadas. Tais discursos jornalísticos serviram de base para deturpar, causar embate e acirrar as relações entre negros e brancos. O que percebemos quando confrontamos os textos jornalísticos com análises discursivas e as práticas histórico-discursivas e físicas da população após a ampla divulgação de tais textos. Desta forma, buscamosidentificar nas entrelinhas destas narrativas as construções de uma ideia negativa sobre as culturas que representassem o negro e, tentar entender como isso, fortaleceu o pensamento de exclusão social dos hábitos que simbolizassem a população negra na cidade. Estes discursos, além de alimentar a insatisfação da sociedade letrada aos costumes que referenciassem o cotidiano dos negros, mestiços e afrodescendentes nas ruas da cidade, colaboraram também, com a perseguição policial as práticas relacionadas às pessoas pertencentes às religiões de matrizes africanas principalmente, no que tange ao uso dos instrumentos percussivos e cânticos que ressoavam das cerimônias, o depósito de oferendas nas regiões centrais da cidade, os métodos de cura exercitados por pessoas que detinham o conhecimento das ervas e infusões utilizadas no tratamento dos males corporais e/ou espirituais, incentivando ainda um combate eficaz do poder público contra estas práticas. Com isso, analisamos as influências que as teorias raciais provocaram na construção de um ideal civilista que tentou excluir das regiões centrais da cidade as posturas ligadas à população negra. Este pensamento de desenvolvimento social e urbanístico foi alimentado pelas ideias de civilidade que ao buscar embasamento nos discursos higienistas e sanitaristas, escamoteavam práticas desumanas sob o discurso de restruturação da cidade, e também, exigir mudanças nas posturas das pessoas. Estes ideais tiveram maior apoio no primeiro governo de J.J. Seabra, iniciado no ano de 1912 e finalizado em 1916, perpassando pelos governos sucessores no período republicano na Bahia. De acordo com o contexto da Salvador das três primeiras décadas do século XX e tomando como ponto de partida a cobertura da imprensa, tais como, A Tarde, Imparcial,Diário da Bahia, A Manhã, jornal A Hora, O Combate, Estado da Bahia, há diferentes casos de perseguição ao candomblé e aos costumes afro-brasileiros nas ruas da cidade. Portanto, esta pesquisa se propõe a entender como se efetivaram as ações policiais após os discursos da imprensa e dos governantes contra osterreiros e hábitossociais, vistos pela elite, como incondizentes com os princípios civilizatórios da época, observando quais os critérios e/ou categorias foram empregadas para justificar a perseguição a determinadas práticas, buscando ancorar-se nos ensinamentos e pressupostos da História Social, pois, esta abordagem metodológica permitirá que este trabalho estabeleça um dialogo interdisciplinar que será importante para a construção desta dissertação.
- Item“O que é um candomblé? O aruchachâ, que relampuê, minha Santa Barbara há de me valê”: repressão à cultura afro-brasileira em Salvador nas primeiras décadas do século xx(2021-12-09) Barbosa, Henrique dos Santos; Soares, Cecilia Conceição Moreira; Santos, Cristiane Batista da Silva; Cunha, Marcelo Nascimento BernardoO presente trabalho tem como objetivo analisar os discursos contidos em notícias de jornais que circularam na cidade de Salvador nas três primeiras décadas do século XX e trataram da repressão cultural e religiosa afro-brasileiras. Esses discursos sobre as práticas dos negros, no Brasil, são dotados de invisibilidade ou de desconhecimento. Quando se nega a cultura e referência religiosa de um povo, logo se negam espaços, costumes e a pluralidade de outros contextos para o país, onde a sua riqueza está, também, na diversidade. Essas representações, segundo o filósofo Appiah, são um erro e não se efetivam enquanto prática, visto que essas pessoas não se veem do modo como são representadas. Tais discursos jornalísticos serviram de base para deturpar, causar embate e acirrar as relações entre negros e brancos. O que percebemos quando confrontamos os textos jornalísticos com análises discursivas e as práticas histórico-discursivas e físicas da população após a ampla divulgação de tais textos. Desta forma, buscamos identificar nas entrelinhas destas narrativas as construções de uma ideia negativa sobre as culturas que representassem o negro e, tentar entender como isso, fortaleceu o pensamento de exclusão social dos hábitos que simbolizassem a população negra na cidade. Estes discursos, além de alimentar a insatisfação da sociedade letrada aos costumes que referenciassem o cotidiano dos negros, mestiços e afrodescendentes nas ruas da cidade, colaboraram também, com a perseguição policial as práticas relacionadas às pessoas pertencentes às religiões de matrizes africanas principalmente, no que tange ao uso dos instrumentos percussivos e cânticos que ressoavam das cerimônias, o depósito de oferendas nas regiões centrais da cidade, os métodos de cura exercitados por pessoas que detinham o conhecimento das ervas e infusões utilizadas no tratamento dos males corporais e/ou espirituais, incentivando ainda um combate eficaz do poder público contra estas práticas. Com isso, analisamos as influências que as teorias raciais provocaram na construção de um ideal civilista que tentou excluir das regiões centrais da cidade as posturas ligadas à população negra. Este pensamento de desenvolvimento social e urbanístico foi alimentado pelas ideias de civilidade que ao buscar embasamento nos discursos higienistas e sanitaristas, escamoteavam práticas desumanas sob o discurso de restruturação da cidade, e também, exigir mudanças nas posturas das pessoas. Estes ideais tiveram maior apoio no primeiro governo de J.J. Seabra, iniciado no ano de 1912 e finalizado em 1916, perpassando pelos governos sucessores no período republicano na Bahia. De acordo com o contexto da Salvador das três primeiras décadas do século XX e tomando como ponto de partida a cobertura da imprensa, tais como, A Tarde, Imparcial, Diário da Bahia, A Manhã, jornal A Hora, O Combate, Estado da Bahia, há diferentes casos de perseguição ao candomblé e aos costumes afro-brasileiros nas ruas da cidade. Portanto, esta pesquisa se propõe a entender como se efetivaram as ações policiais após os discursos da imprensa e dos governantes contra os terreiros e hábitos sociais, vistos pela elite, como incondizentes com os princípios civilizatórios da época, observando quais os critérios e/ou categorias foram empregadas para justificar a perseguição a determinadas práticas.